O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio Kishida, defendeu hoje (28) a decisão do país de se opor à resolução adotada ontem (27) por uma comissão da Assembleia Geral da ONU, que votou favoravelmente pelo início das negociações sobre um tratado para o banimento das armas nucleares.
Apesar da forte resistência das grandes potências nucleares, a resolução apresentada por Brasil, Austrália, Irlanda, México, Nigéria e África do Sul foi aprovada com 123 votos a favor, 36 contra e 16 abstenções.
Além de Japão, Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e outras potências nucleares votaram contra a resolução. A China se absteve, juntamente com Paquistão e Índia.
A Coreia do Sul, que vive sob ameaça nuclear da Coreia do Norte, bem como o Japão,também votou contra. Os críticos à resolução defendem que o desarmamento nuclear deve ser negociado no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), e não através da nova iniciativa.
Em uma conferência à imprensa nesta sexta-feira, Kishida disse que a resolução somente ampliaria as diferenças existentes entre os países que possuem armas nucleares e os que não possuem, de acordo com a emissora pública ‘NHK’.
“As duas partes [países com e sem armas nucleares] devem trabalhar em conjunto para conseguir resultados positivos”, afirmou o chanceler japonês, acrescentando que “é necessária uma abordagem prática com base na cooperação”.
Segundo KIshida, o Japão tomará parte nas negociações que terão início no próximo ano. Ele disse que o Japão vai enfatizar sua posição como o único país que sofreu bombardeios atômicos, conforme noticiou a ‘NHK’.
Segundo a agência ‘AFP’, a resolução será o tema de uma conferência em março de 2017, onde será negociado um “instrumento legalmente vinculativo para a proibição das armas nucleares, que deverá levar à eliminação total das mesmas”.
A diretora executiva da Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares, Beatrice Fihn, considerou a aprovação um “momento histórico” rumo a um mundo livre do arsenal nuclear.
Ainda de acordo com a ‘AFP’, a resolução será votada no plenário da Assembleia Geral da ONU no final de novembro ou início de dezembro.
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