Dólar fecha semana com perdas após BC do Japão cortar juros

O dólar encerrou a semana com perdas de 2,1% e fechou janeiro com alta acumulada de 1,93% ante o real.
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O dólar fechou em queda frente ao real nesta sexta-feira (29), a segunda queda seguida, após o Banco do Japão introduzir, pela primeira vez, uma política de taxa de juros negativa e reagindo ao leilão de venda de dólares com compromisso de recompra anunciado pelo Banco Central do Brasil. O mercado interno também se mantinha apreensivo diante de menores apostas de alta de juros no Brasil ainda este ano.

A moeda norte-americana recuou 1,37%, cotada a R$ 4,0243 na venda, após atingir R$ R$ 3,99 na mínima e R$ 4,0965 na máxima da sessão.

Como resultado, o dólar encerra a semana com desvalorização de 2,1% e fecha o mês de janeiro com alta acumulada de 1,93%, mesma variação que acumula no ano. Foi o terceiro mês seguido de alta do dólar.

Mercado externo
No exterior, a moedas emergentes reagiam positivamente à surpreendente decisão do banco central japonês de adotar juros negativos. A medida audaciosa tem como objetivo reanimar a economia japonesa num cenário em que os mercados voláteis e a desaceleração do crescimento global ameaçam os esforços do governo do primeiro-ministro Shinzo Abe para superar a deflação.

“A decisão do BC do Japão está ajudando os ativos emergentes em geral, o que se traduz em algum suporte ao real”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, citando também o avanço dos preços do petróleo à agência ‘Reuters’.

Cenário interno
Na véspera, o BC brasileiro anunciou após o fechamento da sessão passada leilão de linha de até US$ 1,8 bilhão para esta tarde. A operação tem como fim a rolagem de contratos que vencem em fevereiro, segundo a assessoria do BC.

Os leilões de linha são utilizados em momentos de baixa liquidez (falta de dólares) no mercado de câmbio. Quando o dólar registra altas, o BC realiza ofertas de leilões de linha para atenuar as pressões sobre o câmbio.

Investidores, no entanto, continuavam apreensivos com o cenário local, especialmente após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) gerar apostas de que os juros básicos podem não subir mais neste ano. Na ata, o Copom adotou um tom mais brando, deixando a taxa básica Selic estável em 14,25%

Isso levou os investidores no mercado de juros futuros a especular sobre o início mais tardio de aperto monetário (alta dos juros) no Brasil, o que contribuiu para pressionar o real nesta semana, já que juros mais altos poderiam atrair para o Brasil recursos externos.

O J.P.Morgan elevou sua previsão para o câmbio e passou a estimar que o dólar atinja R$ 4,70 no fim de 2016, argumentando que a manutenção da Selic levou à desancoragem das expectativas de inflação.

As medidas de estímulo ao crédito anunciadas na véspera somando R$ 83 bilhões também eram motivo de cautela. O anúncio vem em um momento de inflação de dois dígitos, apesar da profunda recessão econômica.

Fontes: Agência Reuters | Valor Online.

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