Os gastos das famílias no Japão aumentaram 1,2% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, o que representa o primeiro avanço após apresentar retração por cinco meses consecutivos, informou nesta terça-feira (29) o Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do país.
O resultado contrariou totalmente a previsão mediana de economistas, que estimavam um recuo de 1,9% para o segundo mês do ano.
A despesa média mensal por cada lar com dois ou mais ocupantes (medida principal do indicador) ficou em cerca de 269.774 ienes (cerca de R$ 8,7 mil) em fevereiro, o que representa avanço de 1,2% em termos reais (considerando a evolução dos preços ajustados à inflação) na comparação com fevereiro de 2015. Em termos nominais (sem contar com a inflação), o índice subiu 1,6% na mesma base de comparação, de acordo com o levantamento de estatística do Ministério.
Já a média geral de gastos por cada domicílio situou-se em 297.662 ienes (cerca de R$ 9,6 mil) no segundo mês do ano, alta de 1,8% em termos reais e avanço de 2,2% em termos nominais ante igual mês do ano anterior.
Por sua vez, o rendimento médio mensal das famílias com trabalhadores assalariados caiu para 478.624 ienes (cerca de R$ 15,5 mil), o que representa um declínio de 2,4% em termos reais em relação ao mesmo mês do ano passado. Em termos nominais, o recuo foi de 2% na mesma base de comparação.
A despesa dos lares é um indicador fundamental para avaliar a tendência do consumo privado, que no Japão representa cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em nota emitida à imprensa, Taro Saito, economista-chefe do NLI Research Institute, disse que “o avanço nos gastos das famílias é uma boa notícia para o primeiro-ministro Shinzo Abe”. Contudo, o economista acredita que “a alta do indicador provavelmente seja de curta duração”.
A contração dos gastos dos consumidores tem sido apontada como o principal fator de recuo no PIB do Japão, que no trimestre entre outubro e dezembro do ano passado registrou a terceira queda dentre os últimos quatro trimestres medidos, o que coloca a terceira economia mundial à beira da recessão.
*A tabela com os dados completos pode ser conferida no site do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações (em inglês).
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