A taxa de desemprego no Japão caiu para 2,3% em fevereiro, índice mais baixo em nove meses, enquanto a disponibilidade de postos de trabalho se manteve estável em um nível elevado, mostraram dados do governo nesta sexta-feira, ressaltando um mercado de trabalho apertado, apesar dos ganhos salariais e da inflação.
De acordo com o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações, a taxa de desemprego caiu 0,2 ponto a partir de janeiro, após subir 0,1 ponto no mês anterior.
O relatório do ministério mostra ainda que o nível de desemprego entre as mulheres caiu 0,3 ponto em relação ao mês anterior, para 2,2%, enquanto que para os homens manteve-se inalterado em 2,5%.
No mês passado, um total de 670.000 pessoas escolheram deixar seus empregos, queda de 80.000 ante janeiro. Em relação aos trabalhadores que foram demitidos, o número totalizou 370.000, queda de 20.000 na base mensal.
A taxa relativa a pessoas empregadas na faixa etária entre 15 e 64 anos (idade apta ao trabalho) situou-se em 77,2% em fevereiro, aumento de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Na mesma base de comparação e de faixa etária, essa taxa ficou em 84,0% entre os homens. Já a porcentagem entre as mulheres situou-se em 70,2%, a mais alta em 3 meses e, segundo o ministério, o aumento da participação feminina na força de trabalho foi um dos principais motivos para a significativa melhora na taxa de desemprego em fevereiro.
Dados separados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão mostraram que a relação entre oferta de emprego e candidato situou-se em 1,63, mantendo-se estável desde janeiro.
A proporção significa que havia no país 163 vagas de empregos disponíveis para cada 100 pessoas em busca de trabalho no segundo mês de 2019.
“O resultado mostra que, devido à escassez de mão-de-obra e ao nível de disponibilidade de emprego, que permanece alto, as pessoas estão encontrando empregos com sucesso”, disse um funcionário do ministério.
“A taxa de desemprego é a mais baixa em cerca de 26 anos e o ambiente de trabalho está melhorando constantemente”, disse ele.
Takuji Aida, economista-chefe da Societe Generale Securities, disse que as empresas que buscam expandir devem contratar ainda mais ativamente antes do início do ano fiscal de 2019, em abril.
“Embora permaneçam riscos descendentes para o sentimento empresarial e para o ambiente de trabalho, como incertezas políticas e a desaceleração da economia global, é improvável que as empresas cortem suas forças de trabalho, visto que a reconversão e a recontratação de funcionários exigem grandes custos”, disse Aida.
No geral, os dados de empregos refletem uma séria crise de mão-de-obra no velho Japão, mas isso não se traduziu em fortes aumentos salariais, disseram analistas.
Nas negociações anuais sobre salários, a maioria das grandes empresas japonesas ofereceu um aumento menor do que no ano passado devido à incerteza sobre a economia global, sobretudo a desaceleração da China.
As empresas relutaram em adotar aumentos salariais, o que aumentaria os custos fixos e, em vez disso, ofereceram melhores condições de trabalho por meio de medidas como, por exemplo, bônus salariais maiores e benefícios trabalhadores com filhos.
MN – Mundo-Nipo.com
Fontes: The Japan Times/ Via Agência Kyodo | Reuters.
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