Dólar tem 2ª alta seguida após comunicado do Fed e antes de decisão do Copom

A sessão foi marcada pela volatilidade, com o dólar subindo 0,80% na máxima e recuando 0,93% na mínima.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em alta ante o real pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira (29), em uma sessão marcada pela volatilidade, com investidores avaliando o comunicado de política monetária do Federal Reserve (Fed, bando central dos EUA) e à espera de decisões do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central brasileiro, que define a taxa básica de juros, a Selic.

A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,52%, cotada a R$ 2,9574 na venda, após chegar a subir 0,80% na máxima da sessão e recuar 0,93% na mínima. Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,9 bilhão, contra cerca de US$ 1,5 bilhão na sessão de terça-feira.

Analistas consultados pela agência de notícias Reuters atribuíram a volatilidade à expectativa antes da decisão do Banco Central brasileiro sobre a Selic, que será anunciada após o fechamento dos mercados, e da agenda de indicadores norte-americana carregada.

A moeda operou em queda ao longo do dia, mas passou a subir após o Fed divulgar seu comunicado sobre as taxas de juros no país. O banco destacou a desaceleração da economia norte-americana no primeiro trimestre, com PIB (Produto Interno Bruto) inferior ao esperado, sugerindo que poderá ter que esperar até o terceiro trimestre para começar a elevar os juros na maior economia do mundo.

Pela manhã, o mercado já havia se preparado para uma mensagem cautelosa do Fed, após dados mostrarem que os EUA cresceram apenas 0,2% em termos anualizados no primeiro trimestre, bem abaixo das expectativas de analistas, que previam expansão de 1%.

“Temos visto alguns dados decepcionantes recentemente, mas o Fed está caracterizando-os como parcialmente transitórios, então não acredito que esse documento realmente mude muito”, disse o estrategista-chefe macro global do Wells Fargo Investment Institute, Gary Thayer, à Reuters.

Economistas vêm afirmando que é mais provável que o Fed eleve os juros em setembro do que em junho, enquanto os mercados financeiros indicam que o aperto monetário pode começar ainda mais tarde.

O aumento dos juros lá é visto como negativo para o Brasil, isso porque atrairia mais recursos para os EUA, tirando esses investimentos de mercados emergentes, como o brasileiro.

Levy pressiona Câmara sobre ajuste fiscal
No cenário interno, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu, em audiência na Câmara dos Deputados, as medidas de ajuste fiscal, ou seja, aumento de impostos e fim do corte de tributos.

Levy tentou convencer os parlamentares a aprovar as medidas porque, segundo ele, o ajuste é indispensável para equilibrar as contas públicas. “O PIB não vai cair pelo ajuste fiscal. Precisamos concluir as reformas”, disse.

Banco Central decide hoje sobre taxa de juros no Brasil
Investidores aguardam, nesta quarta, as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que define a taxa básica de juros, a Selic.

O mercado espera alta para 13,25%, o que representa 0,5 ponto percentual acima dos atuais 12,75%.

Quando as taxas de juros aqui estão altas, o país atrai investidores estrangeiros. As decisões tomadas na reunião só serão divulgadas após o fechamento do mercado.

Atuações do Banco Central
O BC fez mais um leilão para rolar os contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Foram vendidos 10,6 mil contratos: 1.100 com vencimento em 1º de março de 2016, e os outros 9.500 para 3 de outubro do ano que vem. A operação movimentou o equivalente a US$ 510,8 milhões.

Até o momento, o BC rolou US$ 9,784  bilhões, ou o equivalente a cerca de 97% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.

Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde então.

(Com informações da Reuters e do jornal Folha de S.Paulo)

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