O dólar fechou em queda de mais de 1% sobre o real nesta segunda-feira (29), um dia marcado pelo volume de negócios antes da divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos e ainda influenciado pelo desfecho do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
No fim das negociações, o dólar estava cotado a R$ 3,2323 na venda, queda de 1,21%, após bater R$ 3,2910 na máxima do dia e R$ 3,2287 na mínima. Foi a maior queda diária de fechamento desde o dia 4 de agosto, quando recuou 1,43%.
No mês de agosto, o dólar acumula desvalorização de 0,32%. No acumulado de 2016, a moeda recua 18,1%.
Mercado externo
O movimento de queda também foi influenciado pela expectativa em relação aos juros nos Estados Unidos. Na sessão de sexta-feira, declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) recolocaram sobre a mesa a possibilidade de elevar os juros no mês que vem, adicionando incerteza aos mercados financeiros globais, de acordo com a agência de notícias ‘Reuters’.
Os investidores também estavam cautelosos antes da divulgação de dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, o que pode trazer novas indicações sobre quando os juros no país poderão subir.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como o Brasil.
Cenário interno
O mercado local acompanhava a fase final do processo de impeachment. Nesta segunda-feira, a presidente afastada, Dilma Rousseff, foi ao Senado para se defender das acusações.
Grande parte dos investidores acredita que o impeachment será confirmado. No entanto, o mercado aguarda sinais de força política de Michel Temer, que comprove que ele será capaz de conseguir apoio no Congresso para aprovar medidas para equilibrar as contas públicas.
A votação que definirá se a presidente deixa o cargo definitivamente deve acontecer até quarta-feira (31).
Atuação do Banco Central no câmbio
Nesta segunda-feira, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Ao todo, foram vendidos 10 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares.
Também influenciou a cotação da moeda a briga pela formação do dólar Ptax, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. No fim de cada mês, operadores costumam tentar deslocar essa taxa para cima ou para baixo, buscando favorecer seus negócios.
Fontes: Agência Reuters | UOL Economia.
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