Pela primeira vez em dois anos, o apoio ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, passou dos 60%, porcentagem que é quase a mesma entre aqueles que querem a permanência de Abe no cargo até Tóquio sediar a Olimpíada de 2020, de acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal financeiro Nikkei e divulgada nesta segunda-feira.
Realizada entre 26 e 28 de agosto, a pesquisa revela que o endosso ao governo de Abe chegou a 62%, um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao início do mês.
Os eleitores, porém, ficaram divididos a respeito da receita de crescimento do premiê, conhecida como “Abenomics” e caracterizada por uma política monetária frouxa, gastos públicos e promessas de reformas.
Em relação à política de juros negativos do Banco do Japão (BoJ, banco central japonês), 47% dos inquiridos desaprovam.
Segundo o jornal, a significativa melhora na aprovação do governo de Abe pode estar ligada ao bom resultado do Japão nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, enquanto alguns afirmam que a popularidade do líder japonês aumentou após a cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio, na qual Abe surgiu vestido como o famoso personagem de videogame Mario.
“Acho que o crescimento se deve à satisfação de o Japão ter ido bem na Olimpíada, o ‘Super Mario’ é irrelevante”, disse Jeffrey Kingston, diretor de estudos asiáticos, no campus da Universidade Temple do Japão.
Os japoneses conquistaram 41 medalhas, incluindo 12 de ouro, no que se configurou na melhor campanha do país em uma Olimpíada – quando somado ao número de medalhas de prata conquistada.
Muitos vêm especulando que Abe, que já é o primeiro-ministro japonês mais longevo em uma década, quer continuar na função o suficiente para sediar os Jogos de 2020.
Para isso seria necessário mudar as regras de seu Partido Liberal Democrata, que limita a presidência da legenda a dois mandatos de três anos – o segundo mandato de Abe se encerra em setembro de 2018.
Com informações da Agência Reuters e Jornal Nikkei.
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