Do Mundo-Nipo com Agências
A Bolsa de Valores de Tóquio fechou em queda nesta segunda-feira (29), influenciada por temores de que um homem que retornou ao Japão após viagem à África estaria infectado pelo vírus do Ebola, o que dispersou os impactos positivos nas ações vindos do recém anunciado pacote de estímulo do governo.
O Nikkei 225, índice que reúne as empresas mais negociadas da bolsa japonesa, recuou 89,12 pontos, ou queda de 0,50% ante o fechamento anterior, encerrando o primeiro dia da semana aos 17.729,84 pontos. Já o Topix, indicador que agrupa os valores da primeira seção em Tóquio, caiu 2,83 pontos, ou recuo de 0,20% em relação à sexta-feira, terminando as negociações de hoje aos 1.424,67 pontos.
O volume das negociações nesta segunda-feira continuou fraco, totalizando 1.932,47 milhão de ações negociadas. Na sessão anterior, o volume das transações foi ainda mais reduzido, em torno de 1,6 milhão de ações.
As ações do índice Nikkei vinham subindo nas últimas três semanas, mas recuaram drasticamente à medida em que o Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Japão divulgou detalhes, na última terça-feira, sobre um cidadão do país, em seus 30 anos, que está sob suspeita de ter contraído o vírus do Ebola.
De acordo com as autoridades, o homem apresentou febre após retornar ao país de uma viagem ao Oeste Africano no começo do mês. O ministério informou que ele teve contato, sem equipamentos de proteção, com um saco utilizado para carregar o corpo de uma vítima do Ebola em Serra Leoa. O paciente, que teve febre intensa nesta segunda-feira, se encontra em um hospital na capital japonesa e está passando por uma série de exames, de acordo com um comunicado do ministério.
“Hoje o mercado sofreu o efeito Ebola”, disse Hiroichi Nishi, gerente geral de pesquisa de ações da SMBC Nikko Securities.
“Os investidores estavam otimistas de que o Nikkei terminaria acima de 18 mil pontos este ano. Mas os temores com o vírus e a aproximação do feriado de Ano Novo deixaram os investidores nervosos, temerosos de que a situação se deteriore”, afirmou Nishi.
Além de pesar nas ações, os temores em torno do vírus também resultaram no enfraquecimento do dólar contra o iene e nos juros dos bônus do governo japonês, conhecidos como JGBs. O rendimento do JGB de 10 anos encerrou o pregão com recuo de meio ponto base, a 0,320%.
Por outro lado, dentre as notícias positivas, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aprovou no sábado um pacote de estímulo de US$ 29,17 bilhões que tem como objetivo incentivar o consumo e a atividade econômica regional, numa tentativa de fazer o país superar a recessão. O plano de gastos se concentra em pequenas empresas, comunidades rurais e reconstrução de áreas devastadas por catástrofes naturais.
Ações que lideram a queda foram as de empresas dos setores petrolíferos e de combustível mineral, como carvão, com a JX Holdings caindo 0,6% e a Cosmo Oil recuando 1,7%.
Enquanto isso, ações de empresas farmacêuticas e as demais envolvidas na prevenção e combate ao Ebola tiveram ganhos significativos. A Airtech Japan, fabricante de filtros de ar, saltou 14,5%, e a Fujifilm Holdings, que está testando a droga Avigan como um tratamento para pacientes de Ebola, subiu 0,4%.
(Com informações das agências Estado e Kyodo)
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