Taxa de natalidade no Japão atinge pior nível em mais de 1 século

O número de nascimentos por ano ficou abaixo de um milhão pela primeira vez desde 1899.
Bebes japoneses Foto Shutterstock
Foto: Shutterstock

O número de crianças nascidas no Japão em 2016 ficou abaixo de um milhão pela primeira vez na história do país desde 1899, informou o governo japonês em um relatório divulgado este mês, ressaltando o preocupante descenso de uma população cada vez mais envelhecida.

De acordo com o Ministério da Saúde, a análise, que foi realizada a partir de dados demográficos do país, prevê o nascimento de apenas 981 mil crianças até o fim do ano de 2016.

Divulgado pouco antes do Natal, o estudo explica que a taxa de natalidade no Japão já foi bem maior na década 1970, quando o número de recém-nascidos ultrapassou os dois milhões por ano. Porém, a partir de 1984, caiu para 1,5 milhão.  No entanto, em 2005, o número sofreu um descenso ainda maior, chegando a 1,1 milhão e atingiu mínima recorde de 1,26 filhos por cada mulher, em média.

Ainda de acordo com a análise do ministério, a taxa de natalidade japonesa segue abaixo dos dois filhos desde 1975.

Mediante isso, a previsão de apenas 981 nascimentos no ano não é uma boa notícia para o governo do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que se propôs a aumentar a taxa durante o seu mandato, mas não conseguiu mesmo implementando medidas maciças de incentivo a casais para terem filhos, que inclui benefícios fiscais e ajuda de custo na criação dos filhos, tais como educação, saúde e até bônus em dinheiro.

Segundo a agência de notícias ANSA, entre as causas para o declínio da taxa está o aumento de mulheres japonesas entre 20 e 30 anos – faixa etária idade ideal para gestação – que decidem não ter filhos para se dedicar à profissão ou simplesmente porque não desejam ter um relacionamento amoroso.

Desinteresse dos japoneses pelo sexo
De acordo com um recente levantamento do National Institute of Population and Social Security Research (IPSS), principal órgão japonês de investigação nacional, quase metade dos adultos japoneses com até 34 anos de idade nunca teve relações sexuais, enquanto a maioria das pessoas solteiras se encontra sem um par amoroso, ou seja, não namora.

No Japão, país onde a população sofreu descenso de quase 1 milhão nos últimos cinco anos, 42% dos homens e 44,2% das mulheres com idade entre 18 e 34 anos ainda não tiveram experiência sexual.

A tendência é improvável que mude em um futuro próximo, em vista de que 90% dos entrevistados no levantamento do O IPSS afirmaram que não têm pressa de contrair matrimônio, mas pretendem fazê-lo “em algum momento no futuro”.

O órgão observou ainda que a demografia do país enfrenta desafios com o aumento das mulheres solteiras na faixa etária dos 20 anos, idade em que as mulheres são mais férteis.

Descenso populacional
população japonesa está agora estimada em 127,1 milhões, incluindo residentes estrangeiros. O número vem declinando drasticamente, com descenso médio de 0,7% entre 2010 e 2015, de acordo com o último censo do governo japonês, que apresenta anualmente crescimento forte na população de idosos.

No geral, a população japonesa caiu quase 1 milhão nos últimos cinco anos e a previsão é que a demografia despenque para cerca de 83 milhões em 2100. Desse total, mais de 35% dos japoneses terão idade superior a 65 anos, segundo o último levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU).

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