Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em alta ante o real pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira (30), retornando o patamar de R$ 3, o que não foi o suficiente para reverter a forte desvalorização no mês, com a moeda encerrando abril em queda acumulada em quase 6%.
A moeda norte-americana avançou 1,88%, cotada a R$ 3,0131 na venda. Trata-se da maior alta diária desde 25 de março, quando subiu 2,43%. Na máxima da sessão, o dólar atingiu R$ 3,0213.
Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão, contra cerca de US$ 1,9 bilhão observados na sessão de quarta-feira.
Em abril, a moeda norte-americana acumulou queda de 5,57%, interrompendo sete meses consecutivos de elevação. Na semana, porém, houve alta de 1,97%. No ano, há valorização acumulada de 13,33%.
Após acumular uma queda de 7,84% em abril até o dia 28, o dólar voltou a subir diante de dúvidas sobre quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) começará a subir a taxa básica de juros após o comunicado da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) divulgado ontem.
Dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos ajudaram a reforçar a expectativa de que esse aumento pode vir na reunião do Fomc de setembro.
Os pedidos de auxílio-desemprego recuaram para 262 mil na semana passada, abaixo da expectativa do mercado que era de um declínio para 288 mil pedidos. Já o índice de gerente de compras (PMI) de Chicago avançou para 52,3 pontos em abril, de 46,3 pontos em março.
Lá fora, a moeda americana subia 0,98% em relação ao rand sul-africano, 0,41% diante da lira turca e 0,68% em relação ao peso mexicano.
No mercado local, a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para 13,25% e repetir o comunicado da reunião de março deixa em aberto a possibilidade da autoridade monetária seguir com o ciclo de alta da taxa Selic, o que seria favorável para a atração de investimentos estrangeiros em renda fixa. Contudo, incertezas no cenário doméstico em relação à capacidade do governo em entregar a meta de superávit primário de 1,2% do PIB prevista para este ano podem limitar a apreciação do real.
Em março, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 239 milhões, abaixo do superávit de R$ 3,500 bilhões verificado no mesmo período do ano passado. Com isso, em 12 meses, o governo registra uma piora do déficit primário , que subiu de 0,64% do PIB para 0,70% do PIB .
O resultado fiscal veio pior que o esperado pelo mercado, o que ajudou a sustentar hoje a alta do dólar frente ao real.
Atuações do Banco Central
Os investidores também estavam de olho nos leilões de contratos de dólar do Banco Central. A instituição ainda não anunciou o início da rolagem dos contratos que vencem em 1º de junho, que equivalem a US$ 9,656 bilhões, após rolar quase integralmente o lote que vencia em maio.
“O mercado está um pouco mais tranquilo, então talvez (o BC) espere um pouco para ver se esse alívio dura ou role um pouco menos do que 100%”, disse o operador de um importante banco nacional.
Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde então.
(Com informações das agências Valor Online e Reuters)
*Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.