O principal indicador da inflação ao consumidor no Japão fechou o ano fiscal terminado em março deste ano abaixo de 1%, reiterando que o ritmo de crescimento continua desacelerando sistematicamente e fica mais distante da meta de 2% almejada pelo Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês), de acordo com números revisados e divulgados esta semana pelo governo do país.
Dados do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do Japão mostraram que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Japão subiu pelo segundo ano consecutivo, para alta de 0,8% em 2018, ano fiscal encerrado em 31 de março de 2019.
Apesar do crescimento, o importante índice fechou 2018 abaixo de 1% pelo décimo ano fiscal consecutivo, avaliou o jornal financeiro ‘Nikkei’.
A inflação ao consumidor atingiu 1,1% no ano fiscal de 2008, mas perdeu força após a crise financeira global. Já no ano fiscal de 2014, o índice saltou para 2,9%, um crescimento, porém, devido ao aumento da taxa de imposto sobre vendas, que subiu de 5% para 8% naquele ano. Mas excluindo os efeitos do aumento do imposto, o ritmo da inflação ficou abaixo de 1%, explicou o ‘Nikkei’.
O economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin, Takeshi Minami, repetiu a avaliação do mês passado, dizendo que “a medida que a economia global começa a enfraquecer, é difícil enxergar o BoJ alcançando sua meta de 2% de inflação”, acrescentando que o ritmo de ascensão do núcleo do IPC japonês vem decaindo mensalmente desde o ano passado.
“Os dados mostram que levará bastante tempo para a inflação atingir a meta do Banco do Japão”, disse Minami.
Em março, o núcleo do IPC, que inclui energia (produtos derivados de petróleo), mas elimina os efeitos dos custos voláteis de alimentos frescos, registrou crescimento de 0,8% na comparação com igual mês do ano passado, ante alta de 7% registrada em fevereiro, mostraram dados lançados em 19 de abril pelo Ministério dos Assuntos Internos.
Contudo, mesmo com o ritmo desacelerando, o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor do Japão marcou em março o 27º mês consecutivo de aumento anualizado.
Já o chamado núcleo do núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e de energia – medida preferida do Banco do Japão para avaliar a inflação no país -, teve alta de 0,4% ante março de 2018, ficando inalterado em relação ao ganho do mês anterior.
Enquanto isso, o índice cheio (que inclui todos os itens), cresceu 0,5% na base anual, mostrando estabilidade em março na comparação com fevereiro.
MN – Mundo-Nipo.com
Fontes: Nikkei | Wall Street Journal | Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do Japão.
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