Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira (30) e encerrou o mês de junho com desvalorização acumulada em quase 2,5%, diante de perspectivas de juros altos no Brasil, o que elevou as expectativas de entrada de recursos no país.
A moeda norte-americana encerrou o dia com recuo de 0,34%, cotada a R$ 3,1089 na venda, após cair 0,28% na véspera. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 1,3 bilhão, contra US$ 2 bilhões observados na sessão de ontem.
Em junho, o dólar acumulou queda de 2,46% e, no segundo trimestre, de 2,57%, a primeira queda trimestral em um ano. Mas, no ano, a moeda norte-americana ainda mostra importante valorização sobre o real, de 16,93%, de acordo com a agência Reuters.
No cenário externo, os holofotes continuam mantidos sobre a crise da Grécia. Os países da zona do euro rejeitaram o pedido de socorro de última hora feito pelo país para evitar um calote de 1,6 bilhão de euros ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
Fica inevitável o não pagamento da dívida que vence hoje, deixando a Grécia a partir desta quarta-feira (1º) sem ajuda externa pela primeira vez em cinco anos.
A percepção de que o impacto do provável calote seria pequeno no Brasil evitou uma alta do dólar.
No mercado interno, o resultado da moeda americana foi influenciado pelas expectativas de entradas de recursos diante de perspectivas de juros altos no Brasil, movimento que deve continuar no curtíssimo prazo e sustentar a divisa perto do atual patamar, um pouco acima de R$ 3.
“O dólar estabilizou perto desses patamares, um pouco acima de R$ 3, e tudo leva a crer que, na ausência de grandes surpresas, ele continue por aí”, disse à Reuters o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, ressaltando que os juros oferecidos pelo Brasil são “muito atraentes” a investidores estrangeiros.
Hoje, a Selic está em 13,75% ao ano e a expectativa do mercado é de que mais altas venham para segurar a inflação.
A queda do dólar hoje teve ainda como pano de fundo a briga pela formação da Ptax, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais. Nos últimos pregões do mês, operadores costumam disputar para deslocar a taxa para patamares mais favoráveis a suas posições cambiais.
A moeda norte-americana marcou a mínima da sessão durante uma das janelas de cálculo da Ptax, pouco depois das 10h, apresentando queda de mais de 1 por cento e atingindo a cotação de 3,0861 reais na venda.
Intervenções do Banco Central no câmbio
Investidores também continuavam atentos à estratégia de intervenção do Banco Central. A autoridade monetária sinalizou que deve rolar 70% dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) a vencer em agosto, proporção aproximadamente igual à rolagem dos contratos para julho.
“Está dentro do esperado. Se vir oportunidade, o BC deve reduzir a oferta ainda mais”, disse o operador de um banco internacional à agência de notícias Reuters.
Na véspera o BC havia anunciado um montante para o primeiro leilão dessa rolagem que sinalizava a intenção de rolar cerca de 67% do total. Mas nesta manhã o BC alterou a oferta, segundo sua assessoria de imprensa, para ajustar os números devido ao feriado paulista de 9 de julho.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações das agências Reuters e Valor Online)
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