Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar recuou ante o real nesta terça-feira (30), mas encerrou setembro com alta acumulada em 9,33%, a maior valorização mensal em três anos. Analistas acreditam que essa escalada do dólar sobre a moeda brasileira não deve dar trégua se as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) continuarem crescendo. Caso isso aconteça, “o céu é o limite para o dólar”, afirmou à Agência Reuters o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, para quem a moeda norte-americana pode ir acima de R$ 2,50 no curto prazo.
O dólar encerrou as negociações de hoje com desvalorização de 0,31%, cotado a R$ 2,448 na venda, após atingir alta de 1,64% na véspera e fechar a R$ 2,4557, o maior valor de desde dezembro de 2008.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão. No mês, há valorização de 9,33%. No ano, a alta acumulada é de 3,84%. É a maior valorização mensal desde setembro de 2011, quando o avanço foi de 18,15%, segundo a agência Reuters.
A forte pressão cambial em setembro fez com que o real devolvesse todas os ganhos acumulados desde o início do ano e se alinhasse a outras moedas emergentes, que têm se desvalorizado por preocupações sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos.
Nesta sessão havia especulações sobre os efeitos da corrida presidencial no câmbio. “O mercado está dando um respiro, mas se o cenário eleitoral não mudar, o dólar não cai muito mais do que isso”, afirmou à Reuters nesta terça o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.
Na véspera, duas pesquisas eleitorais mostrando a presidente Dilma Rousseff (PT) à frente da ex-senadora Marina Silva (PSB) em um esperado segundo turno das eleições elevaram o dólar ao maior nível desde 2008, ápice da crise financeira global. Isso abriu espaço para que, nesta sessão, a moeda norte-americana exibisse um movimento de realização de lucros.
As próximas pesquisas eleitorais do Datafolha e do Ibope, que são mais acompanhadas pelo mercado, podem ser divulgadas já a partir desta terça-feira.
Atuações do Banco Central no câmbio
A perspectiva de alta sustentada do dólar é um desafio para o Banco Central brasileiro. Muitos investidores acreditam que o BC quer evitar pressões inflacionárias provocadas pelo aumento dos preços de importados e, por isso, deve continuar atuando fortemente no mercado de câmbio.
Nesta terça, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão (que equivalem a venda futura de dólares), movimentando o equivalente a US$ 197,3 milhões. O BC rolou praticamente 100% do lote que vence em 1º de outubro, e o próximo lote vence em 3 de novembro, com volume equivalente a US$ 8,84 bilhões.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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