Atualizado em 31/10/2017
As vendas no varejo do Japão em setembro cresceram pelo 11º mês consecutivo na comparação anual, o que representa a maior sequência de altas em sete anos, segundo dados preliminares divulgados pelo governo do país nesta segunda-feira (30), sinalizando disposição dos consumidores em gastar um pouco mais à medida em que o mercado de trabalho continua apertado.
O relatório preliminar do Ministério de Economia, Comércio e Indústria mostra que as vendas subiram 2,2% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, depois de subir 1,7% em agosto, segundo dados preliminares. Trata-se do décimo avanço mensal do indicador, maior sequência de crescimento desde junho de 2010.
Apesar do avanço significativo do indicador, que postou a maior alta percentual em três meses, o número é inferior a previsão mediana de 2,5% de crescimento anual projetado por economistas para o nono mês de 2017.
Na comparação mensal e após ajustes sazonais, as vendas no varejo avançaram 0,8% em setembro ante agosto, o que representa a nona alta mensal seguida.
Segundo o ministério, as vendas foram impulsionadas por uma demanda maior observadas nas grandes varejistas, como supermercados e lojas de departamento, onde as vendas cresceram 1,9%.
O bom desempenho do consumo em setembro teve como pano de fundo a valorização recente da Bolsa de Tóquio, que estimulou compras de artigos de luxo, enquanto o clima mais frio do que o normal impulsionou a demanda por roupas de inverno.
O gasto com roupas subiu 5,0% em setembro ante igual mês em 2017, maior alta em três meses. Já o consumo com produtos diários e, principalmente, higiene pessoal, como sabão e shampoo, aumentou 1,2% em setembro na base anual, um resultado amplamente melhor que o declínio de 0,4% registrado no mês anterior.
Os fortes gastos no varejo em setembro sinalizam que a economia japonesa está em progresso estável, caminhando para alcançar a meta de inflação de 2% pretendida pelo Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês).
Além disso, também apóia o argumento do Banco do Japão de que manter sua flexibilização monetária inalterada é o melhor caminho para acelerar a economia, à medida que a pressão inflacionária se acumula gradualmente.
Os argumentos do BC japonês são reforçados pelo resultado recente do principal indicador da inflação ao consumidor no Japão, ou seja, o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu 0,7% em setembro na comparação anual, marcando o nono mês consecutivo de avanço.
Contudo, economistas avaliam que o número está distante da meta de inflação de 2% pretendida pelo BC japonês. A autoridade financeira do Japão, no entanto, argumenta que o índice dos preços ao consumidor acabará por se elevar mais acentuadamente num futuro breve, impulsionado pelo mercado de trabalho apertado e aumento salarial, o que contrasta com a observação global de especialistas de que “os salários no Japão têm apresentando crescimento muito lento”.
Do Mundo-Nipo
Fontes: Bloomberg | Reuters.
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