Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira (31), mas encerrou o mês de março com forte valorização. A moeda norte-americana também atingiu o maior acumulo de ganhos para o primeiro trimestre em 16 anos.
Nesta sessão, a divisa dos EUA fechou com desvalorização de 1,26%, cotada a R$ 3,1909 na venda, após abrir as negociações em alta de cerca de 1% e ser negociada a R$ 3,2695 na máxima da sessão. Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro nas negociações de hoje foi alto, em torno de US$ 2,8 bilhões.
Contudo, no mês, o dólar acumulou alta de 11,73%, maior valorização mensal desde setembro de 2011. No trimestre de janeiro a março, a alta chegou a 20%, maior valorização do dólar ante o real para um primeiro trimestre desde 1999, quando o Brasil desvalorizou o real e adotou o regime de câmbio flutuante.
O desempenho do dólar foi influenciado, em parte, pela briga para a formação da Ptax, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais, com investidores também aproveitando para embolsar ganhos das fortes altas recentes e acompanhando os comentários do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Senado Federal.
Levy deu depoimento sobre os dados fiscais do governo, que tiveram déficit superior a R$ 7 bilhões, o pior resultado para meses de fevereiro desde 1997. Mais tarde, o Banco Central divulgou que o setor público apurou déficit primário de R$ 2,3 bilhões em fevereiro.
“Estamos vendo mais um reflexo ao movimento interno do que externo”, disse à Agencia Reuters o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, acrescentando que o mercado avalia positivamente a atuação de Levy na condução das mudanças necessárias para a economia.
As questões locais fizeram com o que o dólar se descolasse do mercado externo, onde a moeda norte-americana subia cerca de 0,4% em relação a uma cesta de moedas.
Em meio a essas divulgações, Levy falou por cerca de sete horas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde afirmou que a recuperação da economia brasileira vai depender “de grande parte” da ajuda de Estados e municípios e que a segurança tributária é importante para retomar investimentos.
“O mercado avalia que (o ministro da Fazenda, Joaquim) Levy vai tomar decisões boas para a economia, esse é o mote do dia, o reflexo de boas expectativas”, completou Galhardo.
Intervenções do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o BC fez a última intervenção diária no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de 2 mil swaps cambiais, com volume equivalente a US$ 98,2 milhões. Foram vendidos 1,5 mil contratos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e 500 contratos para 1º de abril de 2015.
O Banco Central fez ainda nesta sessão dois leilões de venda de até US$ 2,5 bilhões ao todo com compromisso de recompra. Na operação que acontece entre 15h e 15h05, a data de recompra é em 4 de agosto de 2015 e, no leilão entre 15h20 e 15h25, a data de recompra é em 2 de setembro de 2015.
(Com informações da agência Reuters)
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