O dólar fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira (31), com avanço de mais de 1% e atingindo o maior nível em quase dois meses. Segundo a Agência Reuters, o resultado foi influenciado por incertezas nos cenários externo e interno, com temores de juros mais altos nos Estados Unidos e pela decisão do Banco Central brasileiro sobre o leilão de rolagem de swaps cambiais.
O dólar comercial encerrou o dia com valorização de 1,24%, cotado a R$ 2,2699 para a venda. É o maior valor de fechamento em quase dois meses, desde 4 de junho, quando a moeda norte-americana encerrou a R$ 2,2836. Com isso, o dólar acumulou valorização de 2,71% em julho.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi alto, em torno de US$ 2 bilhões, acima da média diária do mês, de US$ 1,2 bilhão.
Nesta sessão, a alta do dólar foi impulsionada pelos sinais de fortalecimento das condições do mercado de trabalho dos EUA, que poderiam abrir caminho para alta nos juros do país mais cedo do que se espera, e notícias de que a Argentina não foi capaz de chegar a acordo com credores e entrou em default.
A forte alta da moeda norte-americana também foi turbinada na primeira parte da sessão pela briga antes do fechamento mensal da Ptax, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Pouco antes da divulgação da taxa, o dólar chegou a subir quase 1,5% na máxima do dia, a R$ 2,2755.
As cotações do dólar também se ajustaram após o BC brasileiro não anunciar para esta sessão leilão de rolagem de swaps cambiais –equivalentes a venda futura de dólares– que vencem no dia seguinte.
Com isso, a autoridade monetária rolou apenas cerca de 70 por cento do lote total que vence em 1º de agosto, contra cerca de 85 por cento no mês passado. Nos meses anteriores, havia rolado entre 50 e 75 por cento dos lotes. O próximo vence em 1º de setembro e equivale a 10,07 bilhões de dólares.
Operadores especulam sobre como o BC reagirá a esse movimento de alta. A maioria acredita que deve esperar para ver onde a divisa se assenta, mas alguns, contudo, acreditam que patamares mais altos da moeda podem ter vindo para ficar.
O dólar vinha oscilando dentro da banda informal de 2,20 a 2,25 reais desde o início de abril, com alguns breves momentos de exceção. Especialistas acreditam que esse intervalo agradaria ao BC, por não ser inflacionário e não prejudicar a indústria.
Intervenções do Banco Central no câmbio
Nesta sessão, o BC deu continuidade às atuações diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps. Foram 3 mil contratos para 2 de fevereiro e 1 mil para 1º de junho de 2015, com volume correspondente a US$198,5 milhões.
Em seguida, vendeu ofertas nos dois leilões de até US$ 2,25 bilhões com compromisso de recompra em 5 de janeiro e 3 de fevereiro de 2015. O montante ofertado correspondeu exatamente ao que ainda estava para ser recomprado, segundo dados do BC.
Fontes: Agência Reuters | Investing.com Brasil.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.