Dólar sobe mais de 1% e fecha no maior valor desde fevereiro de 2003

Após ter chegado a R$ 3,68 no dia, o dólar fechou a R$ 3,62 e encerrou agosto com alta de quase 6%. No ano, a valorização é de 36,42%.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar subiu mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (31) e fechou no maior patamar desde fevereiro de 2003, acumulando ainda a segunda maior valorização para o mês de agosto desde que o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante, em 1999.

A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 1,17%, cotada a R$ 3,6271 na venda, após ter chegado a bater R$ 3,68 na máxima da sessão.  Trata-se do maior valor de fechamento desde 27 de fevereiro de 2003, quando a moeda norte-americana bateu a marca de R$ 3,662.

Com o resultado, o dólar termina agosto com avanço de 5,91%, a segunda maior valorização para o mês desde 1999. Além disso, é o segundo mês seguido de avanço. Em julho, o acumulo ficou em 10,16%. No ano, a divisa dos EUA tem valorização de 36,42%.

O movimento local vem em linha com os mercados externos, que sofriam o efeito de novo tombo da bolsa chinesa, acentuados também pela briga pela formação da Ptax de agosto e em meio às expectativas de entrega do Orçamento de 2016 pelo governo ao Senado.

Mais cedo, o dólar chegou a subir mais de 2,6%, atingindo o maior nível intradia desde 14 de fevereiro de 2003. À tarde, porém, a moeda norte-americana perdeu um pouco do fôlego, mais ainda registrando forte alta. A valorização acumulada neste mês de agosto ficou atrás apenas do ganho de 6,55% registrado em agosto de 1999, conforme noticiou o “Valor Econômico”.

Investidores estavam preocupados com as contas públicas brasileiras. O governo entregou nesta segunda a proposta de Orçamento da União de 2016 com a previsão de deficit primário de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Isso significa que o governo não vai economizar nada para pagar os juros da dívida, e vai ter que emprestar mais dinheiro.

Operadores consultados pela Reuters acham que essa decisão deixaria o Brasil mais próximo de perder seu grau de investimento.

“Não há nada de animador, nada de boas notícias”, disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca, à Reuters. “Desde que me entendo por gente, este está sendo um dos piores momentos para o mercado financeiro”.

Atuações do Banco Central no câmbio
O dólar subiu, apesar da maior intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Após o fechamento dos negócios na sexta-feira (28), o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até US$ 2,4 bilhões com compromisso de recompra em 4 de novembro de 2015 e 2 de dezembro de 2015.

Além disso, o BC sinalizou que deve rolar integralmente os swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em outubro.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Veja como foi a cotação ao longo dia
Às 9h09, subia 1,27%, a R$ 3,6309.
Às 9h30, subia 1,76%, a R$ 3,6485.
Às 10h10, subia 1,83%, a R$ 3,6510.
Às 10h29, subia 2,51%, a R$ 3,6755.
Às 10h50, subia 2,65%, a R$ 3,6805.
Às 11h10, subia 2,29%, a R$ 3,6677.
Às 11h30, subia 1,81%, a R$ 3,6505.
Às 12h, subia 1,59%, a R$ 3,6423.
Às 12h20, subia 1,21%, a R$ 3,6290.
Às 12h40, subia 1,27%, a R$ 3,6310.
Às 13h04, subia 1%, a R$ 3,6213.
Às 13h19, subia 1,3%, a R$ 3,6319.
Às 14h03, subia 1,34%, a R$ 3,6332.
Às 15h03, subia 1,08%, a R$ 3,6240.
Às 15h50, subia 1,39%, a R$ 3,6354.

(Com informações da Agência Reuters e do jornal online Valor Econômico)

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