O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira (31), encerrando também o mês de agosto com desvalorização. O movimento de queda nesta sessão foi influenciado pelo desfecho do processo de impeachment, com o Senado decidindo pelo afastamento definitivo de Dilma Rousseff do cargo da presidência do Brasil.
Ao término das negociações, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 3,2293 na venda, recuo de 0,33%, após subir 0,24% na véspera.
Como resultado, o dólar encerrou agosto com desvalorização acumulada de 0,41%. Na semana, acumula variação negativa de 0,07%. No ano, a desvalorização é de 18,2%.
Impeachment
Por 61 votos contra 20, o Senado aprovou o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. Com isso, Michel Temer assume a Presidência da República.
Em votação separada, os senadores decidiram que Dilma poderá manter seus direitos políticos. Essa decisão gerou desconforto entre parlamentares da base aliada do novo governo, fazendo o mercado reagir negativamente, com medo de que esses atritos se traduzam em maior dificuldade para aprovar medidas no Congresso.
Temer vem enfrentando dificuldade para conseguir apoio dos parlamentares para aprovar suas medidas de ajuste das contas públicas. Muitos operadores esperam que ele endureça sua postura ao negociar, agora que assumirá definitivamente a Presidência.
“O mercado foi bastante complacente com o governo [Temer] por causa da interinidade, assumindo que ele evitou atritos com o Congresso para não atrapalhar o processo de impeachment. Mas isso acaba agora”, disse à agência e notícias ‘Reuters’ o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello.
Desde que Michel Temer assumiu a presidência interinamente, o dólar se desvalorizou 6,28%. Em 11 de maio, a divisa estava cotada a R$ 3,446.
O resultado do dólar hoje também foi influenciado pela divulgação do PIB brasileiro, que caiu 0,6% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Na comparação de um ano atrás, com o segundo trimestre de 2015, o PIB caiu 3,8%. Nessa comparação anual, é a nona queda seguida.
Em relação ao trimestre anterior, o PIB sofreu seu sexto recuo consecutivo. Em ambas medições, trata-se da maior sequência de resultados negativos em 20 anos, desde 1996, quando se iniciou essa série histórica de dados.
As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mercado externo
No exterior, cresciam as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) vai aumentar os juros em breve. Alguns operadores acreditam, inclusive, que a alta possa vir na próxima reunião do Fed, em setembro.
Investidores aguardam a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho nos EUA na sexta-feira (2), que pode trazer novas indicações sobre quando os juros no país poderão subir.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como o Brasil.
Fontes: Agência Reuters | UOL Economia.
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