Salário médio no Japão tem primeira queda em 10 meses

A fraca recuperação dos salários afeta diretamente o já enfraquecido consumo privado.
Trabalhadores em Kyoto Foto Creative Commons
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O salário médio do trabalhador no Japão sofreu queda de 0,4% em março ante o mesmo mês do ano passado, situando em 278.677 ienes (cerca de R$ 8.120) e marcando a primeira queda em dez meses após cinco meses seguidos de crescimento, de acordo com dados revisados e divulgados pelo governo do país esta semana.

A leitura revisada ficou inalterada, apontando os mesmo números do relatório preliminar em relação ao rendimento médio nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação.

Enquanto isso, o salário médio em termos reais (ajustado à inflação) caiu 0,3% em março em na leitura revisada ante uma queda de 0,8% na preliminar. É a primeira queda em dois meses, depois de permanecer inalterada em fevereiro e cair 0,1% em janeiro, de acordo com dados revisados.

A recente tendência de fraqueza foi provocada pelo aumento do custo de vida, com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) total menos as rendas imputadas subindo 0,3% em relação a março do ano passado.

Já o salário base, que é a chave para a recuperação dos ganhos em dinheiro, caiu 0,1% em março ante um ano antes, marcando a primeira queda em 10 meses depois de subir 0,2% em fevereiro. Enquanto isso, o salário base daqueles que  trabalham em  tempo parcial foi revisto para alta de 2,4% em março ante leitura inicial de 2,1% em termos anualizados  e após crescimento de 2,4% em fevereiro.

O pagamento de horas extras foi revisado para recuo de 0,6% em março na base anual. Uma leitura melhorada quando comparada com a queda de 1,7% da leitura preliminar. Trata-se da nona queda nos últimos 12 meses, após alta de 0,5% no mês anterior.

As horas extraordinárias de trabalho aumentaram 1,5% em relação ao ano anterior, subindo acentuadamente em relação a uma queda de 0,3%, depois de subir ao mesmo ritmo em fevereiro.

Por outro lado, bônus e outros salários especiais subiram 1,7% em março na comparação com o mesmo mês em 2016, quando saltaram 15,4%. Os dados revisados dos bônus foram amplamente melhores que a queda de 3,6% vistos na leitura preliminar. Além disso, foi o sétimo aumento nos últimos 12 meses após alta de 3,7% no mês anterior.

Os formuladores de políticas japoneses têm exortado as empresas a compartilhar os lucros com os trabalhadores, mas as empresas continuam relutantes em aumentar os salários em meio à incerteza sobre as perspectivas da demanda global e doméstica.

O consumo privado tem demonstrado lentidão ante a fraca recuperação dos salários, apesar da oferta de mão-de-obra mais restrita em alguns sectores.

Fonte: MNI News.

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