Atualizado em 04/10/2024
Historicamente, o Japão esteve isolado do Ocidente até a chegada das primeiras embarcações mercantilistas portuguesas, em 1542. Esse primeiro contato não teve efeitos positivos, principalmente por causa dos interesses lusitanos em propagar o cristianismo entre os japoneses pela ação dos jesuítas. Na primeira metade do século XVII, o governo realizou a execução de milhares de cristãos japoneses e determinou o fechamento dos portos.
Entre os séculos XVII e XIX, o Japão era controlado pelo Shogun, ou Xogun, uma espécie de primeiro-ministro de poder hereditário que tinha amplos poderes. Além disso, observamos a presença de uma ampla aristocracia (daimyo) que exercia o poder local através dos samurais.
Posteriormente, o domínio da família Tokugawa sob o Shogunato, ou Xogunato, acabou desenvolvendo uma frequente disputa de poder com os grandes proprietários no território japonês
Abertura política e econômica
A partir de 1850, as nações ocidentais passaram a desenvolver estratégias políticas que pressionavam a abertura política e econômica japonesa. Em 1854, sob o comando do almirante Perry, uma esquadra norte-americana impôs a abertura dos portos japoneses ao mercado mundial.
Depois, por meio de sérias ameaças militares, os japoneses foram obrigados a assinar tratados comerciais com diferentes países.
Buscando reagir ao processo de dominação, os japoneses permitiram que seus jovens fossem enviados à Europa e aos Estados Unidos para estudarem em universidades voltadas para os campos de ciência e tecnologia. Com o passar do tempo, a população japonesa começou a dominar o conhecimento necessário para a criação de suas primeiras indústrias.
Em pouco tempo, esse projeto de modernização também foi seguido pelo campo político, com a chamada “Revolução Meiji”, que ocorreu durante o governo do Imperador Meiji (122º imperador do Japão na lista tradicional de sucessão), tendo reinado de 3 de fevereiro de 1867 até à data da sua morte, em 30 de julho de 1912.
Reformas
Manifestações de cunho nacionalista passaram a se opor ao domínio absoluto do Shogunato. Dessa forma, com o apoio do Exército e da Marinha, Mitsuhito, o Imperador Meiji, empreendeu uma série de reformas que deram uma nova feição política ao Japão.
O antigo poder político dos donos de terra foi substituído por um sistema de prefeituras locais subordinadas ao poder central. Além disso, houve a instalação de um Poder Legislativo formado por um Parlamento bicameral.
A partir desse novo momento, as atividades econômicas se voltaram para o desenvolvimento agrícola e a formação de uma consistente indústria de base. Paralelamente, um novo sistema de cobrança tributário permitiu que o governo arrecadasse impostos que ampliaram a realização de investimentos na economia e o incremento de suas forças armadas.
Modernização
Em pouco tempo, o Japão se transformou em um belo exemplo de modernização nos campos político e industrial para todo o Oriente. Já nos fins do século XIX, os japoneses passaram a integrar o movimento imperialista realizando a dominação de territórios na China, na Coreia e na Ilha de Formosa, atual Taiwan.
No início do século XX, a vitória militar contra os russos consolidou o Japão como potência imperialista e principal rival econômico dos Estados Unidos na região do Pacífico.
Influência da guerras na economia japonesa
Através da Guerra Sino-Japonesa e da guerra Russo-Japonesa, o Japão mudou sua estrutura industrial leve para indústria pesadas. Embora a Europa tenha desempenhado um papel importante como a “fábrica do mundo”, até então, a região tornou-se um campo de batalha quando a Primeira Guerra Mundial estourou em 1914 e sua oferta de mercadorias diminuiu.
Enquanto isso, o Japão foi inundado por uma grande quantidade de encomendas que impulsionou a revolução industrial do país, conhecida historicamente como Revolução Meiji ou Revolução Industrial do Japão, a progredir a um ritmo acelerado.
Mediante isso, Japão tornou-se um credor líquido durante a guerra e estabeleceu-se como uma nação baseada no comércio.
Apesar de a indústria japonesa ter sofrido um forte baque nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, um movimento que se potencializou após o fim da guerra.
Mesmo com a presença constante dos Estados Unidos em seu território no pós-guerra, Japão renasceu das cinzas e, posteriormente, conseguiu aprimorar suas indústrias, tornando-se um dos maiores fabricantes de automóveis do planeta e potência em vários setores da indústria tecnológica, principalmente em robótica e eletroeletrônicos.
Por Maria Rosa
Principais fontes de pesquisa
• Pesquisador Professor Rainer Sousa (PHD em História)
• Site The Sojitz History Museum
• Livro O Japão, Dicionario e Civilização
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