Exportações do Japão crescem ao maior ritmo em 4 décadas

Exportações de carros e autopeças mais que dobraram em maio, registrando alta “surreal” de 135,5% e 139,1%.
Porto de Toquio com Monte Fuji de fundo Foto Crestive Commons 900x600 min
©Media Commons

O Japão viu suas exportações saltar 49,6% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior, registrando o aumento mais acentuado em mais de quatro décadas, refletindo principalmente a recuperação da queda nas remessas causada pela pandemia que, por sua vez, foi impulsionada pela sólida demanda por carros e peças automotivas, mostraram dados do governo na quarta-feira (16).

As exportações de bens subiram para 6,26 trilhões de ienes (US$ 57 bilhões) no mês de relatório, aumentando no ritmo mais rápido desde um salto recorde de 51,4% registrado em abril de 1980, de acordo com os dados preliminares divulgados pelo Ministério das Finanças, que começou a compilar as estatísticas em janeiro de 1979.

Depois de expandir 16,1% em março e atingir maior alta em 11 anos no mês seguinte, quando registrou salto de 38,0% em abril, as exportações cresceram pelo terceiro mês consecutivo, reagindo à queda anual de 28,3% observada em maio do ano passado devido ao choque inicial da pandemia de Covid-19 que derrubou globalmente a demanda e cadeias de abastecimento.

As exportações de automóveis e autopeças mais que dobraram, registrando forte aumento de 135,5% e de 139,1%, respectivamente, em relação ao ano anterior. A demanda por produtos automotivos japoneses foi forte, especialmente nos Estados Unidos, disse ontem (16) um funcionário do ministério durante a divulgação dos dados.

As importações também registraram um aumento notável de 27,9%, para 6,45 trilhões de ienes, registrando crescimento pelo quarto mês consecutivo após alta de 12,8% em abril, devido à recuperação do consumo doméstico e à recuperação dos preços do petróleo bruto.

Em comparação com maio de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19, o valor das exportações aumentou 7,3%, enquanto o número das importações caiu 5,2%.

A balança comercial de bens do Japão com o resto do mundo atingiu um déficit de 187,15 bilhões de ienes, marcando o primeiro saldo negativo em quatro meses.

Exportações por países e regiões

Por país, as exportações do Japão para os Estados Unidos e a União Europeia registraram aumentos recordes, de 87,9% e 69,6%, respectivamente, sustentados pela forte demanda por carros e peças automotivas, principalmente nos Estados Unidos.

As importações de bens dos Estados Unidos e da UE obtiveram ganhos respectivos de 28,7% e 39,4%, com os produtos farmacêuticos contribuindo mais para o excelente resultado. O funcionário do ministério disse que a compra de vacinas contra COvid-19 pelo Japão deve ter aumentado os números.

Como resultado, o Japão teve um superávit de 360,86 bilhões de ienes em relação aos Estados Unidos e um déficit de 188,13 bilhões de ienes em relação à UE.

As exportações para a China aumentaram 23,6% na comparação com o ano anterior, com a remessa de equipamentos de produção de semicondutores subindo 63,9% em meio a uma crise global de chips. Carros híbridos e matérias-primas como sucata de cobre também registraram aumentos acentuados nas exportações do Japão para seu maior parceiro comercial.

Já as importações da China aumentaram 4,8%, à medida que os aumentos em produtos, incluindo celulares e vestuários, ultrapassaram as quedas em itens como produtos têxteis. Isso levou a um déficit para o Japão de 191,79 bilhões de ienes.

As exportações para a Ásia como um todo aumentaram 32,5%, e as importações, 13,2%, com o saldo ficando em um superávit de 532,59 bilhões de ienes para o Japão.

Avaliação futura das exportações

“As exportações aumentaram após a queda acentuada do ano anterior, enquanto estavam quase estáveis ​​em comparação com abril após o ajuste sazonal, sugerindo que a recuperação nas exportações pode estar desacelerando”, disse Kazuma Maeda, economista da Barclays Securities Japan.

Maeda também destacou que as exportações de automóveis, em termos de volume, diminuíram em relação ao mês anterior pelo segundo mês consecutivo, possivelmente afetadas pela escassez global de semicondutores.

Quanto às perspectivas, Maeda disse que o consumo nas economias avançadas mudará de bens para serviços, o que pode reduzir a demanda por automóveis e e peças, sendo que possíveis quedas nos embarques desses produtos japoneses podem “pesar sobre as exportações como um todo nos próximos meses”.

*Veja a tabela completa na página de relatórios do site do Ministério das Finanças do Japão.

== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Kyodo.

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