Vendas no varejo do Japão caem mais que o esperado em janeiro

Trata-se do terceiro recuo mensal seguido, o que só comprova a fraqueza do consumo doméstico em sinal da retração da economia japonesa.
Pessoas em um centro comercial emToquio Foto Kyodo 900x600 00 02 2016 02

As vendas no varejo do Japão tiveram um fraco desempenho em janeiro, com quedas maiores que o previsto para o primeiro mês do ano, o que só comprova a fraqueza do consumo doméstico e sinaliza a retração da terceira maior economia do mundo.

As vendas caíram 0,1% em janeiro ante o mesmo mês do ano passado, após recuar 1,1% em dezembro na mesma base de comparação, de acordo com os dados preliminares Ministério de Economia, Comércio e Indústria, que foram divulgados em sua totalidade na segunda-feira (29).

Trata-se da terceira queda mensal consecutiva em termos anualizados. Além disso, o resultado contrariou totalmente a previsão mediana de economistas, que estimavam alta de 0,5% nas vendas durante o primeiro ano de 2016.

Na comparação mensal, as vendas recuaram 1,1% em janeiro em uma base ajustada sazonalmente, o que representa a terceira queda mensal seguida. Os dados mostram ainda que as vendas nos últimos três meses do ano passado sofreram queda de 1,3%, em termos de movimento médio, marcando o terceiro recuo trimestral consecutivo.

O Ministério aponta que os números fracos refletiram a queda nos preços dos combustíveis e, principalmente, ao declínio acentuado das vendas nas lojas de departamento, por conta das temperaturas atipicamente mais elevadas em dezembro e janeiro, o que prejudicou a demanda por roupas de inverno e aquecedores.

Os dados mostram que as vendas de alimentos e bebidas aumentaram pelo 10º mês seguido, mas o ritmo de crescimento desacelerou, com avanço de 2,5% em janeiro ante igual mês do ano anterior. Em dezembro, a alta foi de 3,2%, também em termos anuais.

Outro setor que desacelerou foi o de vestuário, que registrou alta de 3,3% em janeiro ante o mesmo mês do ano anterior, após subir 4,1% em dezembro na mesma base de comparação.

Já as vendas de máquinas e equipamentos (produtos eletroeletrônicos de consumo, etc.) subiram 1,4%, o que representa o primeiro aumento em três meses.

Enquanto isso, as vendas de combustível despencaram 11,4%, marcando o 16º consecutivo de declínio. Apesar da forte queda em janeiro, a queda em dezembro foi ainda maior (-16,5%).

Por outro lado, as vendas de automóveis subiram pela primeira vez em dois meses, registrando alta de 1,4%, após declínio de 2,4% em dezembro.

Os dados ruins sobre as vendas no varejo seguem em linha com o péssimo resultado sobre o principal indicador da inflação ao consumidor no Japão, ou seja, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que ficou estável em janeiro, o que ressalta a necessidade de um aumento dos salários para apoiar os consumidores japoneses.

Economistas valiam que a série de indicadores tenebrosos do Japão representam uma grande ameaça aos planos do Banco do Japão (BoJ, banco central japonês), que ativou em abril de 2013 um programa de estímulo monetário em massa para acabar com uma década e meia de deflação e conseguir uma inflação anualizada próxima a 2%.

Nas últimas semanas, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, tem sido chamado frequentemente pelo Parlamento para dar explicações. A decisão de criar um “núcleo do núcleo” do CPI veio do próprio Kuroda, em outra tentativa de fazer os consumidores confiarem na alta da inflação.

Fontes: Agência Kyodo | MNI News.

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