O Tribunal de Distrito de Naha, no sul do Japão, condenou nesta sexta-feira (1) um ex-militar norte-americano à prisão perpétua pelo estupro e assassinato de uma jovem em Okinawa em abril de 2016, um crime que comoveu o país e intensificou a rejeição à presença militar dos Estados Unidos na ilha.
O tribunal considerou que a responsabilidade penal do condenado, Kenneth Franklin Shinzato, de 33 anos, “é grave”, uma vez que cometeu o crime “com uma motivação egoísta, que não deixa margem para a indulgência”, segundo a sentença à qual teve acesso a agência japonesa “Kyodo”.
O acusado, membro da Marinha dos EUA entre 2007 e 2014, e que no momento do crime trabalhava como civil na base de Kadena em Okinawa, admitiu as acusações de estupro e o abandono do corpo inconsciente de Rina Shimabukuro, mas negou que quisesse assassinar a mulher de 20 anos.
Segundo a acusação, Shinzato esfaqueou a jovem no pescoço e lhe bateu na cabeça com uma barra para que não resistisse, matando-a como consequência, embora o acusado tenha alegado durante o julgamento que “não tinha a intenção de causar tal resultado”.
O caso despertou mais uma vez a indignação da população local e fortaleceu sua oposição à excessiva presença militar nas suas ilhas pelos riscos para a segurança implícitos na proximidade de bases aéreas de regiões povoadas e pelos crimes que foram cometidos por membros das forças armadas americanas na região.
O mais grave aconteceu em 1995 quando três soldados de uma base de Okinawa sequestraram e estupraram uma menina de 12 anos, o que motivou uma manifestação que mobilizou cerca de 85.000 pessoas.
No caso mais recente, um sexagenário japonês morreu depois que um caminhão militar conduzido por um fuzileiro naval supostamente embriagado se chocou com sua caminhonete no último dia 19 de novembro.
A província de Okinawa abriga mais da metade dos cerca de 48.000 soldados que os EUA têm no Japão, assim como 70% das instalações militares americanas no país asiático.
Da Agência EFE Brasil
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