Coreia do Norte dispara vários mísseis no Mar do Japão

Os disparos ocorreram logo após o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma nova série de duras sanções contra a Coreia do Norte.
Missil norte coreano imagem Edico de arte Mundo Nipo
Foto: Montagem MN

A Coreia do Norte disparou nesta quinta-feira (3), horário local, vários mísseis balísticos em direção ao Mar do Leste (Mar do Japão), no que é creditado tratar-se de uma retaliação à decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em aprovar sanções mais severas contra o governo do ditador Kim Jong-un, informaram autoridades do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, de acordo com a agência de notícias japonesa ‘Kyodo’.

Os lançamentos foram disparados na manhã de quinta-feira (3), a partir das cercanias da cidade de Wonsan, no litoral ao leste da península coreana, conforme explicou um porta-voz de Defesa em Seul, acrescentando que ainda não há informações sobre quantos mísseis exatamente teriam sido lançados, mas confirmou que “todos os projéteis lançados caíram no Mar do Japão”, conforme noticiou a ‘Kyodo’.

Os disparos balísticos acorreram poucas horas após o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado uma nova série de duras sanções contra a Coreia do Norte pelos últimos testes nuclear e balístico realizados pelo regime comunista. Segundo a ‘Kyodo’, o conjunto de sanções é o mais rígido já adotado contra a Coreia do Norte no decorrer dos últimos 20 anos.

O presidente norte-americano, Barack Obama, saudou a adoção das sanções, e estimou que isso envia a mensagem de que Pyongyang deve abandonar seu programa de armas de destruição em massa.

A resolução do Conselho, apresentada pelos Estados Unidos e adotada por unanimidade pelos 15 membros do organismo, inclui a China, único aliado de Pyongyang.

O severo conjunto de sanções foi apresentado após Pyongyang ter anunciado em 6 de janeiro a realização de um teste bem sucedido de uma bomba de hidrogênio. Passado um mês, o país realizou o lançamento de um foguete de longo alcance para por em órbita um satélite, o que foi condenado pela comunidade internacional por acreditar que o lançamento é parte de seus testes de mísseis balísticos.

De acordo com a agência de notícias ‘AFP’, o novo pacote de sanções inclui severas restrições às exportações norte-coreanas para limitar a capacidade do regime de financiar seus programas militares. Proíbem as exportações de carvão, ferro, minério de ferro, ouro, titânio e outros minerais da Coreia do Norte.

Pela primeira vez, países membros da ONU deverão inspecionar todas as mercadorias provenientes ou com destino à Coreia do Norte.  Além disso, os Estados membros da ONU deverão expulsar os diplomatas norte-coreanos envolvidos no contrabando ou qualquer outra atividade ilegal.

Relógios de luxo, motos, embarcações e outros artigos de luxo não podem ser vendidos à Coreia do Norte, uma medida que se dirige à elite de Pyongyang.

Estas sanções “estão entre as mais duras adotadas contra um país”, declarou o embaixador britânico Matthew Rycroft. “Marca uma mudança significativa de postura no Conselho de Segurança”, acrescentou.

Ainda de acordo com a ‘AFP’, as negociações entre os Estados Unidos e a China duraram sete semanas para chegar a um acordo sobre o pacote de sanções, mas o impacto real das medidas dependem em grande parte de como Pequim as implementará.

O Japão e a Coreia do Sul também pressionaram os membros do Conselho em favor de sanções mais fortes do que aquelas em vigor desde 2006.  Contudo, a China teme que exercer mais pressão sobre o regime possa causar o seu colapso e criar o caos na sua fronteira, bem como na região.

As negociações sobre um aumento das sanções coincidiram com o anúncio da Coreia do Sul e dos Estados Unidos de planos para implantar um novo sistema de defesa antimísseis na península coreana.

(Com informações das agências ‘Kyodo’ e ‘AFP’)

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