Dólar tem 4ª queda seguida e encerra semana ‘curta’ com recuo de quase 3,5%

Em razão do feriado de Páscoa, o mercado financeiro estará inoperante na sexta-feira.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda pela quarta sessão consecutiva nesta quinta-feira (2), encerrando a semana mais curta, em razão do feriado de Páscoa na sexta-feira, com desvalorização de quase 3,5%. A divisa americana acompanhou o movimento de queda no exterior e refletiu a calmaria no cenário interno diante de um quadro político local mais tranquilo.

A moeda norte-americana fechou com desvalorização de 1,36%, cotada a R$ 3,1292 na venda, após cair 0,58% na véspera. Com o resultado de hoje, fechou a semana mais curta com queda acumulada de 3,43%. Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,9 bilhão. Na véspera, o firo foi de cerca de US$ 1,1 bilhão.

De acordo com a agência Reuters, o economista Silvio Campos Neto disse que o desempenho do dólar hoje refletiu uma combinação de fatores, “de menor pressão externa e acomodação das preocupações políticas no Brasil”.

A volatilidade nas semanas anteriores, no entanto, pode seguir nas próximas semanas, com a moeda norte-americana sensível a notícias pontuais sobre desdobramentos políticos no Brasil e indicadores econômicos nos Estados Unidos, que podem sinalizar quando será elevada a taxa de juros norte-americana – juros mais altos poderiam atrair para os EUA recursos atualmente investidos em países emergentes, como o Brasil.

Nesta sessão, o dólar também caía no mercado externo, com recuo de cerca de 0,7% em relação a uma cesta de moedas. O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu inesperadamente na semana passada, sugerindo que o mercado de trabalho continua a expandir mesmo com o crescimento econômico enfraquecido. Logo após a divulgação dos dados, o dólar chegou a subir ante o real, mas voltou a perder força.

Na sexta-feira, apesar do feriado de Páscoa, o governo norte-americano divulga o dado de criação de vagas fora do setor agrícola, números acompanhados de perto pelo mercado como sinalizadores de eventual mudança na condução da política monetária do país.

Em relação ao cenário interno, um consultor da InvestPort Dany Rappaport disse a Reuters que “a calmaria no Brasil tem um início de percepção que talvez o pior esteja para trás, mas os dados ainda estão ruins, com inflação alta e dados fiscais e externos ainda sem mostrar virada”.  O consultor, no entanto, aliviou a percepção sombria ao afirmar que a visão negativa pode minimizar na medida em que os avanços no ajuste fiscal comecem a acontecer.

Atuações do Banco Central
O Banco Central realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Foram vendidos 10,6 mil contratos: 9.250 para 1º de março de 2016 e os outros 1.350 com vencimento em 3 de outubro do ano que vem.

A operação movimentou o equivalente a US$ 517,8 milhões. Até o momento, o BC rolou US$ 1,030 bilhão, ou o equivalente a cerca de 10% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana.

(Com informações da agência Reuters)

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