Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar recuou fortemente ante o real nesta quinta-feira (2) e registrou a maior queda percentual em mais de dois meses, acompanhando o movimento no exterior, onde a moeda norte-americana também se desvalorizava diante de dados mais fracos que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que alimentou expectativas de que a elevação dos juros no país ainda deve demorar.
A moeda norte-americana encerrou o dia com desvalorização de 1,56%, cotada a R$ 3,0960 na venda, após subir 1,16% na véspera, para R$ 3,14, e atingir o maior nível de cotação em quase um mês. A queda de hoje é a maior desde 14 de abril, quando recuou 1,97%.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 1,4 bilhão, contra cerca de US$ 1,1 bilhão observados na quarta-feira.
Além da forte desvalorização frente ao real, a divisa americana também recuava contra moedas como o euro e os pesos chileno e mexicano.
Segundo relatório do governo do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, divulgados hoje, a criação de vagas de trabalho desacelerou em junho e os norte-americanos deixaram a força de trabalho em massa. Além disso, a renda média por hora ficou inalterada, tirando alguma força da percepção de que a inflação, hoje baixa, caminha para a meta do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano).
Enquanto os juros estiverem baixos nos Estados Unidos, investidores tendem a preferir manter seu dinheiro em mercados nos quais os rendimentos são maiores, em mercados emergentes, como o Brasil.
Investidores também continuavam monitorando os desdobramentos da crise da dívida da Grécia, a poucos dias de um referendo no fim de semana que pode decidir o futuro do país na zona do euro. Apesar da crise refletir no mercado global, operadores avaliam que a eventual saída da Grécia do bloco teria pequeno impacto no Brasil.
Atuação do Banco Centra no câmbio
O Banco Central deu continuidade à rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em agosto, vendendo a oferta integral de até 7.100 contratos.
Se o BC mantiver o ritmo atual e vender a oferta integral até o penúltimo do mês, rolará 70% do lote total, equivalente a US$ 10,675 bilhões. Essa fatia seria aproximadamente igual à do mês passado e operadores esperam que, se vir a oportunidade, o BC pode aproveitar para reduzir a oferta de contratos.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações da agência Reuters)
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