O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta sexta-feira (2), mesmo com Banco Central voltando a interferir no câmbio diante do forte salto da moeda no dia anterior, com os investidores ainda cautelosos diante da situação política no Brasil.
A moeda norte-americana subiu 0,12%, cotada a R$ 3,4726 para venda, após chegar a ser vendida por mais de R$ 3,48 no dia.
Nas últimas duas últimas sessões, o dólar acumulou alta de 2,52% e fechou a semana com valorização acumulada de 1,73% sobre o real. No ano, porém, há queda de 12,04%.
Os investidores continuavam preocupados com a política e com a economia brasileira. A proximidade do final de semana, para quando estão previstas manifestações contra a corrupção, manteve o mercado atento.
O cenário político voltou a ser motivo de preocupações após a queda de mais um ministro (Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo) do presidente Michel Temer na semana passada. Também preocupava o desentendimento entre Judiciário e Legislativo após mudanças nas medidas anticorrupção.
Esse cenário conturbado pode dificultar a aprovação de importantes medidas econômicas do governo no Congresso Nacional. Além disso, há preocupação com o conteúdo das delações premiadas de executivos da Odebrecht.
Atuações do Banco Central
Depois de várias sessões fora do mercado (desde 22 de novembro), o Banco Central brasileiro voltou a atuar no mercado de câmbio.
Nesta sessão, o BC fez leilão para adiar o vencimento de contratos de swaps cambiais tradicionais – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
A operação foi para tentar conter a alta da moeda norte-americana, que ontem saltou 2,39% e fechou a R$ 3,4685 para venda, maior cotação desde o dia 16 de junho, quando o dólar alcançou R$ 3,4700.
Mercado externo
O dólar também foi influenciado pela divulgação, nesta sexta-feira, de dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.
Os empregadores norte-americanos aumentaram as contratações em novembro e a taxa de desemprego caiu para o menor nível em mais de nove anos, a 4,6%. No entanto, houve queda na renda do trabalhador.
Os números reforçaram as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) deve subir os juros na reunião deste mês.
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
Fontes: Agência Reuters | UOL Economia.
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