O ditador norte-coreano Kim Jong-Un ameaçou recorrer à bomba atômica em retaliação ao mais recente pacote de sanções adotado pelo Conselho de Segurança da ONU, que inclui severas restrições às exportações norte-coreanas para limitar a capacidade do regime de financiar seus programas militares, no qual proíbe as exportações de carvão, ferro, minério de ferro, ouro, titânio e outros minerais da Coreia do Norte.
“Devemos estar preparados a qualquer momento para utilizar nosso arsenal nuclear”, disse Kim, citado no início do dia pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, e noticiado pela agência de notícias ‘AFP’.
Nesta linha, o regime se comprometeu a fortalecer sua “dissuasão nuclear”, enquanto “exercício legítimo de nossos direitos à autodefesa, que se manterá pelo tempo em que a política hostil dos Estados Unidos prosseguir”, indicou a chancelaria norte-coreana em um comunicado divulgado nesta sexta-feira por meios de comunicação oficiais
O dirigente também advertiu que a situação degenerou tanto na península coreana que o país deverá mudar de estratégia militar e cogitar a opção de “ataques preventivos”.
O Pentágono minimizou o risco após o alerta do ditador. “A avaliação do governo americano não mudou”, declarou um oficial do departamento de Defesa americano à agência ‘AFP’.
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, não demorou para prometer uma resposta severa a qualquer provocação do Norte, e reafirmou a estratégia de Seul de trabalhar pela desnuclearização do regime comunista.
“Devemos fazer a Coreia do Norte entender que seu regime não sobreviverá se não renunciar aos seus programas nucleares”, disse a presidente em um discurso transmitido pela televisão.
Ao mesmo tempo, o governo sul-coreano anunciou que começará nesta sexta-feira a falar com os Estados Unidos sobre a mobilização em seu território de um escudo antimísseis, um projeto ao qual a China, principal aliada de Pyongyang, se opõe.
Segundo a agência KCNA, o líder norte-coreano fez suas declarações na quinta-feira, enquanto supervisionava os testes de um novo lança-foguetes múltiplo.
A resolução também proíbe as exportações de carvão, ferro e minério de ferro. Pyongyang não poderá vender ouro, titânio nem minerais raros utilizados na alta tecnologia, nem poderá buscar combustível para a aviação e os foguetes.
Para Kim, esta resolução prevê “uma fase muito perigosa”, a poucos dias do início dos exercícios militares anuais conjuntos entre Seul e Washington.
A eficácia da resolução dependerá em boa medida do zelo com o qual a China, único aliado de peso da Coreia do Norte, aplicará suas disposições.
Na quinta-feira (3), um dia após o anuncio das novas sanções à Pyongyang, caminhões com carga da China foram flagrados atravessando a fronteira China-Coreia do Norte, de acordo com emissora pública japonesa ‘NHK’.
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