Caminhões com ‘carga’ chinesa são flagrados na fronteira China-Coreia do Norte

Uma fila de caminhões levando produtos de exportação chinesa foi vista a caminho da Coreia do Norte, o que contraria as recentes e duras sanções à Pyongyang.
Caminhoes com carga da China atravessam a fronteira com a Coreia do Norte Foto Reproducao NHK

Atualizado em 05/03/2016 – 21h45


Caminhões de carga da China foram flagrados atravessando a fronteira do país com a Coreia do Norte, segundo informou a emissora pública japonesa ‘NHK’, o que contraria a nova série de duras sanções recém-impostas ao governo do ditador Kim Jong-um e que foi adotada na última quarta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, entre a quais incluem severas restrições às importações e exportações norte-coreanas para limitar a capacidade do regime de financiar seus programas militares.

A resolução do Conselho, apresentada pelos Estados Unidos e adotada por unanimidade pelos 15 membros do organismo, inclui a China, único aliado de Pyongyang.

De acordo com a ‘NHK’, uma fila de caminhões levando produtos de exportação chinesas foi avistada, na quinta-feira (3), a caminho da Coreia do Norte. Eles se encontravam na cidade chinesa de Dandong, que possui um posto alfandegário de fronteira na província de Liaoning.

Quando questionados sobre a resolução, comerciantes norte-coreanos nas proximidades da alfândega “declararam que não sabiam do que se tratava, deixando rapidamente o local”, conforme noticiou a ‘NHK’.

O novo pacote de sanções proíbe as exportações de carvão, ferro, minério de ferro, ouro, titânio e outros minerais da Coreia do Norte. O carvão é um dos principais produtos que a China comercializa com a Coreia do Norte.

Comerciantes chineses disseram à ‘NHK’ que as importações de tais produtos já haviam sido suspensas em fevereiro. Entretanto, as atenções agora estão voltadas para com que rigidez a China vai implementar as novas e mais pesadas sanções ao país.

O severo conjunto de sanções foi apresentado após Pyongyang ter anunciado em 6 de janeiro a realização de um teste bem sucedido de uma bomba de hidrogênio. Passado um mês, o país realizou o lançamento de um foguete de longo alcance para por em órbita um satélite, o que foi condenado pela comunidade internacional por acreditar que o lançamento é parte de seus testes de mísseis balísticos.

Pacote de sanções à Coreia do Norte
A resolução do Conselho, apresentada na quarta-feira (2) pelos Estados Unidos, foi adotada por unanimidade pelos 15 membros do organismo.

O novo pacote de sanções inclui severas restrições às exportações norte-coreanas para limitar a capacidade do regime de financiar seus programas militares. Proíbem as exportações de carvão, ferro, minério de ferro, ouro, titânio e outros minerais da Coreia do Norte.

Pela primeira vez, países membros da ONU deverão inspecionar todas as mercadorias provenientes ou com destino à Coreia do Norte.  Além disso, os Estados membros da ONU deverão expulsar os diplomatas norte-coreanos envolvidos no contrabando ou qualquer outra atividade ilegal.

Relógios de luxo, motos, embarcações e outros artigos de luxo não podem ser vendidos à Coreia do Norte, uma medida que se dirige à elite de Pyongyang.

Líderes dos países membros do conselho consideram que estas sanções “estão entre as mais duras adotadas contra um país” e marca uma mudança significativa de postura no Conselho de Segurança.

As negociações entre os Estados Unidos e a China duraram sete semanas para chegar a um acordo sobre o pacote de sanções, mas o impacto real das medidas dependem em grande parte de como Pequim as implementará.

O Japão e a Coreia do Sul também pressionaram os membros do Conselho em favor de sanções mais fortes do que aquelas em vigor desde 2006.  Contudo, a China teme que exercer mais pressão sobre o regime possa causar o seu colapso e criar o caos na sua fronteira, bem como na região.

As negociações sobre um aumento das sanções coincidiram com o anúncio da Coreia do Sul e dos Estados Unidos de planos para implantar um novo sistema de defesa antimísseis na península coreana.

Fontes: NHK News | Agência AFP | Agência Kyodo.

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