Bolsa de Tóquio recua diante de petróleo instável e preocupações com Grécia

O índice Nikkei caiu 0,98% após subir 1,98% na véspera.

Do Mundo-Nipo com Agências

A Bolsa de Valores de Tóquio fechou em baixa nesta quinta-feira (5), com os ânimos dos investidores deteriorados diante da volatilidade do petróleo e do dólar em meio à renovadas preocupações com a Grécia, que ampliaram depois de o Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) suspender a permissão para que os bancos gregos usem títulos do governo da Grécia como colaterais para a obtenção de crédito.

O Nikkei 225, índice que reúne as empresas mais negociadas da bolsa japonesa, recuou 174,12 pontos, baixa de 0,98% ante o fechamento anterior, encerrando aos 17.504,62 pontos, após atingir alta de 1,98% na véspera. Já o Topix, indicador que agrupa os valores da primeira seção em Tóquio, caiu 6,89 pontos, recuo de 0,49% em relação ao fechamento anterior, terminando as negociações de hoje aos 1.410,11 pontos.

O Volume das transações manteve a média, totalizando cerca 2,645 bilhões de ações negociadas contra 2,727 bilhões de ações na quarta-feira.

As ações em Tóquio apresentavam perdas logo no início da sessão, influenciadas pela decisão do Banco Central Europeu (BCE), suspender a permissão para que os bancos gregos usem títulos da dívida da Grécia ou de entidades governamentais do país como colaterais para obter crédito. A intensificação da pressão sobre a Grécia aconteceu poucas horas depois de o ministro das Finanças do país, Yanis Varoufakis, reunir-se com o presidente do BCE, Mario Draghi.

A volatilidade do dólar e do petróleo também preocupam os investidores. A moeda norte-americana era negociada a 117,19 ienes no fechamento da Bolsa de Tóquio, depois de altas e baixas ao longo do pregão.  Segundo Yoshihiro Okumura, da Chibagin Asset Management, o dólar não conseguiu disparar em relação ao iene porque há um sentimento crescente no mercado de que o Banco do Japão (BoJ) não deve adotar mais medidas de relaxamento monetário em 2015.

Já a volatilidade do petróleo foi explicada pelos analistas como consequência dos dados de estoques da commodity nos Estados Unidos, divulgados ontem. Os estoques norte-americanos de petróleo bruto aumentaram 6,333 milhões de barris na semana até 30 de janeiro, para um total de 413,06 milhões de barris. O resultado veio bem acima da previsão do mercado, de aumento de 3,7 milhões de barris, o que elevou preocupações com o excesso de oferta da commodity e a economia global.

O mercado japonês, no entanto, teve uma queda mais contida, apoiado por fortes resultados corporativos e a recente tendência mundial para a flexibilização da política monetária.

Os investidores deram boas-vindas a uma nova medida de relaxamento monetário em Pequim. Ontem, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), o BC chinês, decidiu cortar o compulsório bancário em 0,5 ponto porcentual, efetivamente liberando cerca de US$ 100 bilhões em capital para empréstimos.

No noticiário corporativo, as exportadoras, que são sensíveis ao câmbio, e as empresas ligadas ao setor petroleiro lideraram as maiores perdas. No primeiro grupo, a Fanuc caiu 2,5% e a Daikin recuou 2,1%. No segundo, a Inpex perdeu 4,0% e a Japex cedeu 3,0%.

A Toyota Motor caiu 1%, isso porque os lucros trimestrais robustos não conseguiram suprir as expectativas do mercado, mesmo depois de a empresa ter elevado sua previsão de lucro anual para um recorde de 2,70 trilhões de ienes. Já a Hitachi despencou 9,9% após reportar que seus lucros desaceleraram no trimestre de outubro a dezembro.

Contrariando a tendência, a Sony saltou 12%, o maior ganho da empresa em quase cinco anos. O forte alta foi impulsionada pelo relatório da companhia, divulgado ontem. A Sony espera um lucro operacional de 20 bilhões de ienes (cerca de US$ 170 milhões) para o ano fiscal que encerra em março. A projeção é bem melhor do que estimativa anterior, quando previa um prejuízo de 40 bilhões de ienes para o mesmo período.

Já a Mitsubishi Estate subiu 2,7%, depois de anunciar no meio da sessão um lucro líquido forte para os nove meses encerrados em dezembro do ano passado. A empresa também revisou para cima sua projeção de lucros para o ano inteiro. O atual ano fiscal japonês encerra no dia 31 de março de 2015.

(Com informações das agências Estado e Kyodo)

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