O governo japonês condenou nesta quarta-feira (5) o teste de um míssil lançado mais cedo pela Coreia do Norte em direção ao Mar do Japão. O chefe de Gabinete e porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que o Japão considera o teste uma “clara violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Apesar de extremamente ameaçador, Suga acalmou a população ao afirmar que o projétil caiu fora da zona econômica exclusiva das águas territoriais japonesas, mas destacou que o lançamento é “extremamente problemático para a segurança aérea e marítima do país”.
Tóquio “não tolera as repetidas provocações da Coreia do Norte”. “O governo protesta e condena isto com firmeza”, disse Suga.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que seu governo vem colaborando estreitamente com seus aliados, entre outras nações relevantes, para analisar dados de inteligência sobre o programa de mísseis balísticos e testes nuclear da Coreia do Norte, explicou Suga.
Segundo o porta-voz, Abe considerou o lançamento como um “claro desafio à comunidade internacional” e às resoluções do Conselho de Segurança da ONU. O premiê prometeu que o Japão vai colaborar com outros países para “responsabilizar Pyongyang por mais este ato provocador”.
Ainda de acordo com Suga, o premiê “emitiu alerta máximo para as Forças de Autodefesa do país, ordenando que se prepararem para qualquer eventualidade”.
Teste balístico da Coreia do Norte
Às 06h42 locais de quarta-feira (18h42 de terça-feira em Brasília), a Coreia do Norte disparou um míssil balístico da área de Sinpo (porto do leste do país), na província de Hamgyong do Sul. O projétil percorreu 60 quilômetros até cair no Mar do Japão.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul precisou que o lançamento se realizou a partir de terra e não do mar, descartando a possibilidade de ser um míssil balístico lançado a partir de um submarino, o tipo que Pyongyang habitualmente testa em Sinpo, onde se encontra o principal centro de desenvolvimento destes projéteis.
O Comando Norte-Americano de Defesa Aeroespacial (NORAD), encarregado da segurança aérea de Estados Unidos e Canadá, confirmou o disparo e informou se tratar de um míssil de médio alcance do tipo KN-15.
A inquietação na Península é cada vez maior pelo suposto avanço dos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte, que tenta desenvolver um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano com uma ogiva nuclear, e por enquanto realizou cinco testes nucleares, dois deles no ano passado.
No início de março, Pyongyang disparou quatro mísseis, três dos quais caíram em águas da Zona Econômica Exclusiva do Japão, a apenas 200 quilômetros da costa do arquipélago, em um teste que tinha como objetivo simular um ataque a bases americanas lotadas no território japonês. Mediante isso, Japão decidiu prolongar por mais dois anos seu pacote de sanções contra o regime norte-coreano.
Seis pacotes sucessivos de sanções impostos pela ONU desde um primeiro teste nuclear norte-coreano em 2006 não conseguiram dissuadir Pyongyang de seguir adiante com seus programas.
A Coreia do Norte já fez cinco testes nucleares subterrâneos, dois deles em 2016, e tenta desenvolver mísseis intercontinentais capazes de carregar ogiva atômica.
No fim de março, imagens de satélite mostraram, segundo analistas do 38 North, um site na internet de referência sobre o regime de Pyongyang, preparativos para um novo teste nuclear na Coreia do Norte.
Este último lançamento acontece no mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe na Florida (sudeste) o homólogo chinês, Xi Jinping, num encontro que terá a Coreia do Norte como tema principal.
Fontes: Agência Kyodo | Agência AFP | NHK News Japan.
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