A Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (Ican) venceu nesta sexta-feira o Nobel da Paz, após uma década de esforços para proibir a bomba atômica, em um momento de grande tensão envolvendo Coreia do Norte e Irã sobre o tema.
Setenta e dois anos depois das bombas atômicas americanas sobre Hiroshima e Nagasaki, o Comitê do Nobel quis ressaltar os esforços incansáveis da ICAN para livrar o mundo das armas nucleares.
Também enviou uma mensagem às potencias nucleares para que iniciem “negociações sérias” destinadas a eliminar seu arsenal.
“Vivemos em um mundo no qual o risco do uso de armas nucleares é maior do que nunca”, declarou a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen.
“Alguns países modernizam seus arsenais nucleares, o risco é real de que cada vez mais países procurem as armas nucleares, como a Coreia do Norte” completou.
Os analistas já esperavam um prêmio para recompensar os esforços para eliminar as armas nucleares ou impedir sua proliferação.
A ICAN sucede o presidente colombiano Juan Manuel Santos, premiado em 2016 por seus esforços para acabar com mais de meio século de conflito em seu país.
Fundada em 2007 em Viena, durante uma conferência internacional sobre o tratado de não proliferação nuclear, a ICAN tem sede em Genebra, nos prédios do Conselho Ecumênico das Igrejas, outra organização internacional.
A Campanha conta com 424 organizações não governamentais associadas em 95 países e o apoio de muitas personalidades, incluindo vencedores do Nobel da Paz, como o arcebispo sul-africano Desmond Tutu (1984) e a americana Jody Williams, que o recebeu em 1997 pela Campanha Internacional para a Proibição das Minas Terrestres.
A ICAN também goza da simpatia de muitos artistas, como Yoko Ono ou o ator americano Martin Sheen, que já afirmou que “se Gandhi e Martin Luther King estivessem vivos, apoiariam a ICAN”.
A Ican receberá o prêmio, que consiste em uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de nove milhões de coroas suecas (1,1 milhão de dólares) durante uma cerimônia em Oslo no dia 10 de dezembro, a data do aniversário da morte em 1896 do criador do prêmio, o filantropo sueco e inventor da dinamite, Alfred Nobel.
Da Agência AFP
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.