Dólar tem 3ª queda seguida diante de otimismo com ajuste fiscal

A sessão foi instável, com o dólar atingindo R$ 3,0155 na mínima e R$ 3,0640 na máxima.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira (7), a terceira baixa seguida, com os investidores otimistas em relação ao primeiro avanço, no Congresso, das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. Influenciou ainda a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom), sinalizando que deve elevar mais os juros, o que favorece o ingresso de recursos no país.

A moeda norte-americana recuou 0,63% e encerrou o dia cotada a R$ 3,0275 na venda, após ser negociada a R$ 3,0155 na mínima e R$ 3,0640 na máxima da sessão, de acordo com a agência Reuters.

Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão, mesmo valor observado na quarta-feira.

O dia foi de instabilidade, com a moeda norte-americana começando os negócios em queda. Mais tarde, porém, a tendência mudou e o dólar passou a subir. Depois, o movimento de desvalorização foi retomado e o dólar encerrou o dia em baixa.

Divulgada pela manhã, a ata do Copom sinalizou que o ciclo de aumentos dos juros não terminou na semana passada, quando a instituição elevou a taxa básica Selic de 12,75% para 13,25% ao ano. Uma taxa maior tende a trazer mais investidores estrangeiros ao país, em busca de retornos mais significativos. Com isso, o mercado interno terá mais dólar, pressionando assim a moeda para baixo.

“O Copom avalia que os fatores aceleradores [impulsionadores] da inflação já perderam impulso, mas o seu nível relativamente alto ainda funciona como força mantenedora [propagadora] da elevada inflação mensal e em 12 meses”, disse, em nota, a equipe econômica do Banco Pine, acrescentando que essa postura do BC implica vigilância da política monetária e, por isso, existe uma probabilidade de 70% de elevação da Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de junho. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

O avanço nas discussões sobre o ajuste fiscal, no Congresso, também colaborou para reduzir a pressão no câmbio. Na véspera, foi aprovado na Câmara dos Deputados o texto-base da MP 665 que altera as regras de concessão de benefícios trabalhistas e ajuda o Executivo a equilibrar suas contas públicas.

O dólar chegou a anular as perdas no fim da manhã, após o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana passada nos EUA ficar abaixo das expectativas, reforçando a percepção de resiliência do mercado de trabalho norte-americano apesar do crescimento fraco.

Investidores têm buscado sinais sobre quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) começará a elevar os juros e aguardam a divulgação do relatório de emprego do governo dos EUA, na sexta-feira.

No entanto, os acontecimentos domésticos voltaram aos holofotes e a divisa voltou a cair durante a tarde. Um superintendente de câmbio consultado pela Reuters disse que, na verdade, é que com os juros no nível em que estão, para o estrangeiro o Brasil é muito atraente. O fluxo tende a permanecer elevado.

Contudo, analistas consultados pela Reuters veem pouco espaço para quedas firmes do dólar nas próximas semanas e esperam que, no máximo, a divisa ronde os R$ 3, especialmente considerando a menor atuação do Banco Central no câmbio.

Leilões de contratos de dólar do Banco Central
O BC brasileiro vendeu nesta sessão a oferta total de 8.100 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) no leilão de rolagem. Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 1,576 bilhão, ou 16% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

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