Pontuações baixas em índices como liberdade e capital social impediram que o Japão se classificasse bem no ranking de prosperidade criado pelo Instituto Legatum, um think tank privado britânico.
Lançado no final do ano passado, o estudo analisou 149 países ao longo de uma década e os avaliou com base nos resultados de 9 pilares: qualidade econômica, ambiente de negócios, governança, educação, saúde, segurança, liberdade pessoal, capital social e meio ambiente.
A metodologia do estudo foi criada com a ajuda de gente como Angus Deaton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2015.
Dados objetivos e subjetivos também foram utilizados na avaliação dos países, com atenção especial para uma pergunta: “quem consegue entregar ainda mais bem-estar aos seus cidadãos do que seria esperado dado seu nível de riqueza?”
“Não é surpresa que o final da lista seja largamente dominado pelos países mais pobres do mundo enquanto o topo é dominado pelos mais ricos. Mas essa não é toda a história. A prosperidade é tanto sobre bem-estar quanto sobre riqueza“, diz o texto.
A boa notícia é que após quedas importantes em 2008 e 2009, a prosperidade está no seu maior nível em uma década, enquanto 40% desse crescimento pode ser atribuído a China e Índia. Só 28 países tiveram queda de prosperidade no período e a maior delas foi observada na Venezuela.
A Nova Zelândia ocupa o topo do estudo, apontada como o país mais próspero do mundo. O Brasil fica em 52º, atrás de África do Sul (48º) e Argentina (49º), mas na frente de Colômbia (72º) e China (90º).
Enquanto isso, Japão ocupa a modesta 22ª posição na classificação geral. Segundo o Instituto Legatum, as características da prosperidade do Japão refletem tanto a sua localização geográfica e características culturais como os seus níveis de desenvolvimento avançado.
“Com um pé na Ásia Oriental e o outro no grupo das sete (G7) economias mais desenvolvidas do mundo, a prosperidade do Japão está dilacerada. Por um lado, como um dos países mais seguros e saudáveis do mundo, o Japão distingue-se dos seus vizinhos do Leste Asiático na defesa de um sistema político democrático e eficaz”, explica o instituto em referência ao motivo de o Japão se classificar mal no ranking, apontando que, mesmo sendo um país altamente desenvolvido, tem um desempenho muito fraco nos índices de liberdade e capital social.
De forma geral, o relatório nota estagnação na América do Norte e grandes ganhos na Ásia e Pacífico, onde estão 4 dos 5 países que mais ganharam prosperidade (Camboja, Sri Lanka, Indonésia e Nepal).
O Oriente Médio continua a entregar menos prosperidade do que poderia a seus cidadãos e a África Subsariana vê a prosperidade crescer, ainda que fique abaixo da média mundial e tenha educação e saúde como grandes desafios.
Confira abaixo as 10 nações mais prósperas do mundo (incluindo dados de Japão e Brasil para nível de comparação):
1 Nova Zelândia
Qualidade Econômica: 1º
Ambiente de Negócios: 2º
Governança: 2º
Educação: 15º
Saúde: 12º
Segurança: 19º
Liberdade Pessoal: 3º
Capital Social: 1º
Meio Ambiente: 13º
2 Noruega
Qualidade Econômica: 7º
Ambiente de Negócios: 10º
Governança: 3º
Educação: 5º
Saúde: 13º
Segurança: 6º
Liberdade Pessoal: 11º
Capital Social: 6º
Meio Ambiente: 5º
3 Finlândia
Qualidade Econômica: 12º
Ambiente de Negócios: 8º
Governança: 1º
Educação: 3º
Saúde: 21º
Segurança: 18º
Liberdade Pessoal: 8º
Capital Social: 11º
Meio Ambiente: 2º
4 Suíça
Qualidade Econômica: 4º
Ambiente de Negócios: 9º
Governança: 6º
Educação: 1º
Saúde: 3º
Segurança: 8º
Liberdade Pessoal: 18º
Capital Social: 16º
Meio Ambiente: 8º
5 Canadá
Qualidade econômica: 13º
Ambiente de Negócios: 3º
Governança: 9º
Educação: 14º
Saúde: 16º
Segurança: 22º
Liberdade Pessoal: 2º
Capital Social: 3º
Meio Ambiente: 19º
6 Austrália
Qualidade Econômica: 13º
Ambiente de Negócios: 3º
Governança: 9º
Educação: 14º
Saúde: 16º
Segurança: 22º
Liberdade Pessoal: 2º
Capital Social: 3º
Meio Ambiente: 19º
7 Holanda
Qualidade Econômica: 2º
Ambiente de Negócios: 14º
Governança: 4º
Educação: 2º
Saúde: 5º
Segurança: 12º
Liberdade Pessoal: 7º
Capital Social: 13º
Meio Ambiente: 36º
8 Suécia
Qualidade Econômica: 3º
Ambiente de Negócios: 13º
Governança: 5º
Educação: 13º
Saúde: 6º
Segurança: 10º
Liberdade Pessoal: 14º
Capital Social: 18º
Meio Ambiente: 9º
9 Dinamarca
Qualidade Econômica: 6º
Ambiente de Negócios: 11º
Governança: 7º
Educação: 12º
Saúde: 23º
Segurança: 5º
Liberdade Pessoal: 13º
Capital Social: 7º
Meio Ambiente: 18º
10 Reino Unido
Qualidade Econômica: 10º
Ambiente de Negócios: 5º
Governança: 11º
Educação: 6º
Saúde: 20º
Segurança: 13º
Liberdade Pessoal: 15º
Capital Social: 12º
Meio Ambiente: 10º
22 Japão
Qualidade Econômica: 19º
Ambiente de Negócios: 21º
Governança: 17º
Educação: 20º
Saúde: 4º
Segurança: 3º
Liberdade Pessoal: 49º
Capital social: 101º
Meio Ambiente: 48º lugar
52 Brasil
Qualidade Econômica: 44º
Ambiente de Negócios: 90º
Governança: 74º
Educação: 81º
Saúde: 81º
Segurança: 89º
Liberdade Pessoal: 36º
Capital Social: 52º
Meio Ambiente: 28º
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