Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar recuou mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (8) e fechou no menor valor em duas semanas, acompanhando o cenário mais tranquilo no exterior enquanto os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima quinta-feira, em busca de pistas sobre o rumo da taxa básica de juros no Brasil.
A moeda norte-americana encerrou o dia em baixa de 1,29%, cotada a R$ 3,1099 na venda. Trata-se do menor valor de fechamento desde o dia 25 do mês passado, quando a moeda encerrou a sessão valendo R$ 3,098. Além disso, é a maior queda percentual diária desde 14 de maio, quando o dólar havia caído 1,51%.
Na sexta-feira (5), a divisa avançou 0,51% sobre o real, mas acumulou desvalorização de 1,15% na semana. De acordo com a agência Reuters, a queda no pregão de sexta-feira foi influenciada pelo baixo volume de negócios entre o feriado de Corpus Christi e o fim de semana. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje também foi fraco, em torno de US$ 720 milhões.
Nesta sessão, o dólar perdeu força ante a maioria das divisas internacionais, após a agência Bloomberg ter citado uma autoridade francesa dizendo que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teria dito aos países do G-7 que o “dólar forte seria um problema”. Mais tarde, porém, a Casa Branca negou que o preside teria feito tal declaração.
O fortalecimento do dólar tende a encarecer produtos norte-americanos para seus parceiros comerciais, atrapalhando a retomada da maior economia do mundo. Esse tema ganha ainda mais relevância em um momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avalia os indicadores econômicos para decidir quando deve começar a elevar os juros no país, conforme noticiou a Reuters.
Juros mais altos lá preocupam investidores brasileiros, pois poderia atrair para os EUA recursos atualmente investidos aqui.
Cenário interno
No Brasil, o mercado espera a divulgação, na quinta-feira (11), da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o Banco Central pode sinalizar o futuro da Selic, após elevá-la a 13,75% na semana passada e deixar a porta aberta para mais altas no curto prazo.
“Quanto mais sobem os juros, mais atrativo fica o país para estrangeiro e parece que a Selic não vai parar de subir tão cedo”, disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca, à Reuters.
Contribuíam também para o alívio do câmbio no mercado interno declarações da presidente Dilma Rousseff em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo defendendo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Joaquim Levy, poucos dias antes do Congresso do PT, que promete reservar pesadas críticas ao ministro. “Pelo menos ele (Levy) não está sendo atacado de todos os lados”, acrescentou Siaca.
Atuação do BC no câmbio
No Brasil, o BC vendeu a oferta total de até 7.000 swaps cambiais (contratos equivalentes à venda futura de dólares) em leilão para rolar parte dos contratos que vencem em julho.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações da Agência Reuters e da Folha de S.Paulo)
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