Bolsa de Tóquio recua quase 3% e fecha semana na maior queda em 4 meses

O resultado negativo foi influenciado pela decisão dos EUA de iniciar ataques aéreos no Iraque.

Do Mundo-Nipo com Agências

A Bolsa de Valores de Tóquio caiu nesta sexta-feira (8) quase 3%, seu nível mais baixo em dois meses, um resultado diretamente ligado ao aumento das tensões geopolíticas.

A aversão ao risco desencadeada pela decisão do governo dos Estados Unidos de autorizar ataques aéreos no Iraque pesou na Bolsa de Tóquio, deixando pouco espaço para uma reação à decisão de política monetária no Japão, divulgada hoje.

Com isso, o índice Nikkei, que reúne as ações mais negociadas na Bolsa de Tóquio, terminou o dia em queda de 2,98%, a 14.778,37 pontos, seu nível mais baixo desde maio.  A queda diária foi a mais acentuada desde 14 de março e a pior semana em cerca de quatro meses, na qual acumulou desvalorização 4,80%.

O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou ontem que autorizou ofensivas aéreas no país do Oriente Médio, caso seja necessário. Segundo Obama, a medida tem como objetivo retardar o avanço dos militantes extremistas islâmicos, que desde junho invadiram diversas regiões no norte e no oeste iraquiano.

O conflito na Faixa de Gaza também está no radar dos investidores. A trégua de 72 horas entre Israel e Hamas terminou nesta sexta-feira, sem um acordo de cessar-fogo mais longo ou prorrogação temporária. Vários foguetes foram lançados contra Israel assim que terminou o período de cessar-fogo.

A aversão ao risco também afetou a renda fixa japonesa, levando o juro dos títulos do governo do país, também conhecidos como JGB, de 10 anos ao menor nível em 14 meses. Segundo operadores, a busca por segurança aumentou a demanda por títulos soberanos de outros Estados como Reino Unido, Alemanha e EUA, o que acelerou o movimento nos JGB. Com isso, o rendimento do papel japonês de 10 anos encerrou o dia com queda de dois pontos base a 0,505%, o patamar mais baixo desde abril de 2013.

Do lado econômico, o Banco do Japão (BoJ) rebaixou sua avaliação sobre as exportações e a produção industrial do país, aumentando as expectativas de uma maior flexibilização monetária pela instituição nos próximos meses. Mas o anúncio da decisão de política monetária teve impacto limitado, tendo em vista que a instituição manteve seu programa atual e juros inalterados. Além dos juros perto de zero, a principal característica é a aceleração da base monetária em 60 trilhões de ienes a 70 trilhões de ienes por ano.

(Com informações das agências Estado e Kyodo)

 


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