Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em queda pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira (9), cotado no patamar de R$ 3,79, nível longe da máxima em 13 anos alcançada na última sexta-feira (4), quando foi a R$ 3,86. Ainda assim, a moeda americana encerrou o dia distante das mínimas nesta sessão, refletindo a falta de convicção dos agentes na venda da divisa em um dia de movimentos de ajustes após os fortes avanços recentes.
A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 3,7994 na venda, recuo de 0,51%. Na mínima do dia, a divisa chegou a cair 1,36%, cotada a R$ 3,7671. No acumulado do mês e do ano, o dólar tem valorização de 4,75% e de 42,9%, respectivamente.
A queda do começo do dia teve forte influência do exterior, cujo bom humor inicial foi amparado por expectativas de que a China anunciasse estímulos à economia. Na parte da tarde, contudo, o sinal nos mercados internacionais piorou, levando o dólar a subir frente a algumas das principais moedas emergentes.
Além disso, os mercados externos voltaram a avaliar a possibilidade de alta dos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), o que historicamente tem impacto negativo sobre ativos de países emergentes – sobretudo os de nações que sofrem com elevação de seus custos de financiamento, caso do Brasil.
O mercado local se concentrou em notícias mais leves sobre a política fiscal que, por ora, reduziram o risco de um evento mais extremo, como uma saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do cargo, o que poderia precipitar a perda do grau de investimento do Brasil.
O alívio na taxa de câmbio, contudo, tem sido visto com bastante ressalva. A leitura geral é que uma recuperação firme do real depende de um movimento mais concreto para o restabelecimento das relações entre governo e Congresso Nacional, o que ainda parece fora do radar.
A acomodação no câmbio também foi influenciada pelo reforço da intervenção do Banco Central nesta semana, com realização de leilão de venda de dólares com compromisso de recompra na terça-feira, que teve oferta de até US$ 3 bilhões.
Até então, a autoridade monetária havia feito apenas um leilão de linha, no último dia 31, voltado para rolagem e com oferta de até US$ 2,4 bilhões. O BC informou nesta quarta-feira, no entanto, que não vendeu nada naquela operação.
Nesta sessão, o BC realizou apenas a continuidade da rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, equivalentes a venda futura de dólares, ao vender a oferta total de até 9,45 mil contratos.
Ao todo, já rolou o correspondente a US$ 2,732 bilhões, ou cerca de 29% do total de US$ 9,458 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar todo o lote até o fim deste mês.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
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