Do Mundo-Nipo
Depois de acumular desvalorização de 3,72% como resultado de quatro quedas consecutivas, o dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira (10), voltando ao patamar de R$ 2,20, com os investidores cautelosos sobre o quanto mais a moeda norte-americana pode cair.
O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,30%, cotado a R$ 2,204 para a venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões. Na quarta-feira (9), o dólar registrou queda de 0,25%.
Um superintendente de câmbio disse à agência de notícias Reuters que “o cenário de fundamentos continua sendo o mesmo dos últimos dias” e, no curto prazo, o nível de R$ 2,20 está mostrando muita resistência. Para ele, o dólar pode até voltar a cair ficar abaixo desse patamar no curto prazo e testar cotações ainda mais baixas, mas deve retomar a trajetória de alta no médio prazo.
Mesmo assim, o Banco Central brasileiro continuou atuando no mercado de câmbio.
Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse em entrevista ao Wall Street Journal que a entidade monetária pode interromper o ciclo de altas da taxa básica de juros (Selic) já em maio, apesar da aceleração da inflação de alimentos.
Questionado se o BC estaria no ponto de interromper o aumento do juros, iniciado em abril do ano passado, Tombini respondeu: “É uma possibilidade. As pessoas ainda estão lendo a ata. Vamos ver, temos quase dois meses entre agora e a próxima reunião, que será no fim de maio. Veremos”, afirmou Tombini, referindo-se à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC divulgada pela manhã.
Na última reunião do Copom, no dia 2 deste mês, o BC elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11% ao ano. Pela ata, o BC defendeu que a política econômica deve permanecer “vigilante”, retirando a expressão “especialmente” usada até então. A próxima reunião do Copom ocorre em 27 e 28 de maio.
Segundo o UOL Economia, uma taxa de juros mais alta significa maiores rendimentos. Isso tende a atrair investidores estrangeiros para o país e, com isso, há mais entrada de dólar. Se o BC parar de subir a Selic, menos dólares entrariam no Brasil e, assim, ele tende a ficar mais caro.
Pela manhã, a autoridade monetária deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 3 mil contratos para 1º de dezembro deste ano e 1 mil para 2 de março do próximo, com volume equivalente a US$ 198,5 milhões.
Em seguida, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos vencimentos em 2 de maio. No total, a autoridade monetária já rolou cerca de 28% do lote total que vence no próximo mês, correspondente a US$ 8,733 bilhões.
As informações das cotações de fechamento são fornecidas pelo Portal Financeiro Forex Pros/Investing.com.
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