Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar interrompeu uma sequência de cinco altas e fechou em queda de mais de 2% ante o real nesta sexta-feira (10), acompanhando o otimismo do cenário externo diante de melhora do mercado acionário da China e da possibilidade de acordo entre a Grécia e seus credores.
A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 3,1612 na venda, com desvalorização de 2,30%, maior recuo desde 8 de abril, quando caiu 2,48%. De acordo com a BM&FBovespa, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 900 milhões.
Apesar da forte queda de hoje, o dólar encerra a semana com alta acumulada em 0,7%, terceira semana seguida de alta. No mês, acumula valorização de 1,68%.
Na véspera, o dólar havia fechado praticamente estável, com leve variação positiva de 0,06%, em dia de poucos negócios devido ao feriado da Revolução Constitucionalista no Estado de São Paulo.
“Com notícias de que a possibilidade de acordo com Grécia avança, o dólar vai perdendo o ímpeto que vinha mostrando nos últimos dias”, disse o economista-chefe do BesiBrasil, Jankiel Santos, à agência Reuters.
Na quinta-feira, a Grécia apresentou uma proposta detalhada aos credores para tentar chegar a um acordo e receber ajuda financeira. Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu ao parlamentares de seu partido para que apoiem o plano enviado aos credores.
Durante a tarde, o ministro das Finanças da Grécia, Euclid Tsakalotos, disse ao Parlamento que o país vai conseguir transferir os títulos públicos gregos detidos pelo Banco Central Europeu (BCE) ao Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (ESM, na sigla em inglês).
A proposta e o pedido de resgate financeiro serão discutidos pelos países da zona do euro no sábado (11).
Na China, o mercado acionário teve forte alta pelo segundo dia seguido, devido a série de medidas de apoio do governo para conter a queda de mais de 30% que atingiu o mercado ao longo de quatro semanas.
Nesta sexta, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 4,54%, após o governo chinês anunciar medidas para conter a desvalorização.
Também trouxe alívio ao mercado o discurso de Janet Yellen, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A presidente disse que o órgão espera elevar a taxa de juros em algum momento deste ano, mas indicou suas preocupações de que os mercados de trabalho dos Estados Unidos continuam fracos.
A alta dos juros nos EUA é vista como negativa por investidores porque pode fazer com que os recursos que hoje estão em países emergentes, como o Brasil, sejam transferidos para lá.
Atuação do Banco Central do Brasil
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 2,107 bilhão –por volta de 20% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações da agência Reuters e do Jornal Folha de S.Paulo)
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