Japão terá novo imperador em janeiro de 2019, diz mídia japonesa

Fontes ligadas ao governo disseram que o imperador Akihito abdicará em 31 de dezembro de 2018.
Principe Naruhito e princesa Masako Foto Getty Pool
Príncipe Naruhito e princesa Masako (Foto: Getty/Pool)

O príncipe Naruhito, de 56 anos e filho mais velho do atual imperador do Japão, Akihito, vai suceder o pai no trono japonês no dia 1º de janeiro de 2019, informou nesta quarta-feira (11) a imprensa japonesa citando fontes ligadas ao governo do país, que está preparando uma nova legislação para a primeira abdicação no Japão em 200 anos.

O imperador Akihito, de 83 anos, expressou desejo de abdicar em agosto de 2016, após quase três décadas no trono, alegando motivos de saúde debilitada e idade avançada.

Na manhã desta quarta-feira (hora local), os principais jornais japoneses, ‘Yomiuri’, ‘Asahi’, ‘Mainichi’ e ‘Nikkei’, citaram fontes afirmando que o “príncipe Naruhito vai suceder o pai no primeiro dia do Ano Novo em 2019”.

“O governo planeja deixar o imperador Akihito abdicar em 31 de dezembro de 2018 e mudar para uma nova era [Era Heisei sob Akihito] com a ascensão do príncipe Herdeiro Naruhito ao Trono do Crisântemo logo no dia seguinte, disseram fontes”, destacou hoje o jornal ‘Asahi’.

Na publicação, o ‘Asahi’ noticiou ainda que as fontes do governo disseram que “o início da nova era, em 1º de janeiro de 2019, tem como objetivo minimizar a confusão na vida das pessoas”.

O governo, no entanto, não confirmou a veracidade da notícia. Yoshihide Suga, secretário-chefe de gabinete e porta-voz do governo japonês, foi questionado sobre o assunto durante sua conferência de imprensa regular nesta quarta-feira. Suga não quis comentar sobre a suposta data da sucessão noticiada pelos jornais do país.

Desafio do governo para mudar as leis que impedem a abdicação
Após o anúncio de Akihito no ano passado, em discurso televisionado para todo o país, o governo estabeleceu um painel de especialistas para estudar a melhor forma de proceder com a questão, repleta de desafios históricos e legais.

A Constituição japonesa, que entrou em vigor em 1947, após o fim da Segunda Guerra Mundial, bem como as leis originais que regem a Casa Imperial japonesa, que entrou em vigor na mesma época, veta a possibilidade de abdicação. Contudo, o governo do primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, tem se empenhado para satisfazer o desejo do imperador.

Saúde debilitada do imperador Akihito
Nos últimos anos, Akihito passou por uma série de enfermidades, com uma cirurgia cardíaca e tratamento para câncer de próstata.

Desde então, o imperador começou a delegar a seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, algumas obrigações de sua agenda.

Controversa linha de sucessão do trono japonês
Naruhito tem uma filha única, a princesa Aiko, de 15 anos, mas ela não poderá herdar o trono porque as leis da Casa Imperial Japonesa permitem somente imperadores homens. Com isso, na fila de sucessão vêm, logo em seguida à Naruhito, o irmão mais novo dele, Akishino, e Hisahito, de 10 anos, filho de Akishino.

A opinião pública tinha visto o processo legislativo, empreendido para facilitar a renúncia do monarca em favor de seu primogênito, como uma via para reabrir o debate sobre outras possíveis modificações, como permitir o acesso de mulheres ao Trono do Crisântemo, uma questão foi abordada anteriormente após o nascimento da única filha de Naruhito.

Se realmente ocorrer, abdicação de Akihito será a primeira na linha sucessória imperial japonesa desde a do imperador Kokaku, em 1817.

Uma pesquisa nacional realizada no ano passado, após o discurso do imperador, mostrou que quase 90% dos japoneses são favoráveis a uma mudança legal nas leis do país para permitir a abdicação, bem como a ascensão de mulheres ao trono.

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