Dólar segue exterior e fecha acima de R$ 3,50

Julgamento no TSE sobre a cassação de Dilma Rousseff e depreciação da moeda chinesa influenciaram o câmbio.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar avançou mais de 1% sobre o real nesta quinta-feira (13) e voltou fechar acima de R$ 3,50, seguindo o movimento de alta da moeda norte-americana nos mercados externos diante da desvalorização do iuan que continua o centro das atenções. O resultado também refletiu os temores diante da cena política local, que foi intensificada pela continuidade de um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da presidente Dilma Rousseff por suposto abuso de poder em campanha eleitoral.

Ao final das negociações, o dólar estava cotado a R$ 3,5137 na venda, com valorização de 1,13%, maior nível desde o último dia 6, quando foi a R$ 3,5374.

A moeda norte-americana chegou a R$ 3,5295 na máxima e R$ 3,4794 na mínima da sessão. Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 0,16% e 2,6%, respectivamente. No ano, a moeda já subiu 32,16%.

O fator político local intensificou um movimento de alta apresentado desde o início das negociações. Isso porque a desvalorização do iuan continuava no centro das atenções, mesmo após os esforços do Banco Central chinês para trazer aos alívios aos mercados financeiros ao afirmar que não há motivo para o iuan cair mais por conta dos fortes fundamentos econômicos do país.

A percepção de que há grandes chances de o Federal Reserve, banco central norte-americano, elevar os juros já no mês que vem, como esperam economistas consultados em pesquisa da agência de notícias Reuters, também pesou sobre o câmbio. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países emergentes, como o Brasil.

Cenário interno
O impacto da questão externa foi intensificado pelo conturbado quadro político local. No fim da manhã, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a analisar o agravo proposto pelo PSDB pela continuidade de uma ação que pede a cassação da presidente Dilma Rousseff por suposto abuso de poder na campanha eleitoral do ano passado.

A análise do agravo foi suspensa quando o placar marcava 2 votos a 1 pela continuidade do processo. Ainda não há data para a continuidade do julgamento.

Com isso, o mercado voltou a ficar mais na defensiva após dois dias de alívio provocados pela aproximação da presidente Dilma com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na véspera, Dilma ganhou mais quinze dias para responder a questionamentos do Tribunal do Contas da União (TCU) sobre as contas do governo de 2014, questão que sustenta especulações sobre eventual impeachment da presidente. Dilma também disse que não cogita renunciar ao cargo e que não acredita que as chamadas “pautas-bomba” vão proliferar no Congresso Nacional.

Atuação do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 3,835 bilhões, ou cerca de 38% do total de US$ 10,027 bilhões. Se continuar neste ritmo, a autoridade monetária vai recolocar todo o lote.

(Com informações das agências Valor Online e Reuters)

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