Uma pesquisa recente apontou que quase 90% dos japoneses são favoráveis a uma mudança legal nas leis do país para permitir a abdicação do imperador do Japão, Akihito. O levantamento foi feito nesta semana, logo após o imperador Akihito, de 82, falar ao país em cadeia nacional na última segunda-feira. O monarca manifestou preocupação com sua capacidade de continuar exercendo a função, à medida que suas forças declinam com a idade em meio a uma saúde precária.
Contudo, Akihito não disse diretamente que deseja abdicar, em vista que a Constituição japonesa não prevê abdicação e impede que o imperador se manifeste sobre temas políticos, portanto, uma referência explícita à abdicação poderia ser entendida como uma violação dessa regra.
A nova pesquisa foi realizada entre terça e quinta-feira pelo jornal Nikkei e pela emissora TV Tokyo, na qual aponta que 89% dos mil japoneses entrevistados, em todo o país, afirmaram ser favoráveis a “conceder ao imperador o direito de abdicar”, enquanto apenas 4% se opõem.
De acordo com a Constituição japonesa, que entrou em vigor após o fim da Segunda Guerra Mundial, o imperador desempenha “funções de representação do Estado” e é “o símbolo da nação e da unidade do povo”. Para satisfazer a vontade de Akihito será necessária uma revisão do texto ou, eventualmente, criar uma lei específica de abdicação.
Nos últimos anos, Akihito passou por uma série de enfermidades, com uma cirurgia cardíaca e tratamento para câncer de próstata. O monarca, então, começou a delegar a seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito, algumas obrigações de sua agenda. Naruhito, de 56 anos, tem uma filha. Na fila de sucessão vêm, logo em seguida, o irmão de Naruhito, Akishino, e Hisahito, de 9 anos, filho de Akishino. Apenas homens podem herdar o trono japonês.
Akihito chegou ao trono aos 55 anos, em 7 de janeiro de 1989, após a morte do pai, o imperador Hirohito, que teve o mais longo governo entre todos os imperadores, de 1926 a 1989.
Se Akihito abdicar, será a primeira vez que tal ato ocorrerá na linha de sucessão da Família Imperial do Japão desde o imperador Kokaku, que abdicou em 1817.
Fontes: Agência Kyodo | Jornal Nikkei.
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