O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que “vai continuar apoiando o acordo internacional sobre o programa nuclear do Irã”, contrariando o movimento dos Estados Unidos para que os aliados europeus de Washington sigam o exemplo americano e abandonem o pacto nuclear iraniano, assinado em 2015 e abandonado pelo governo do presidente americano Donald Trump em maio de 2018.
Abe fez a declaração durante um encontro com o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, na quarta-feira, em Tóquio. O premiê japonês acolheu de bom grado a implementação contínua do acordo nuclear por Teerã, após os Estados Unidos terem se retirado unilateralmente do pacto.
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O premiê japonês mencionou ainda que 2019 marca o 90º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países. Shinzo Abe disse esperar que a data impulsione o estreitamento ainda maior das relações bilaterais.
Acordo nuclear
Em 2015, o Irã e as grandes potências chegaram a um acordo sobre o programa nuclear iraniano, uma questão que vem envenenando as relações internacionais há mais de 12 anos.
O acordo visa a garantir a natureza civil do programa nuclear iraniano em troca de uma retirada progressiva das sanções internacionais.
Em maio de 2018, porém, os Estados Unidos, que consideram a República Islâmica seu inimigo número um, retiram-se do acordo, por desagrado de Donald Trump, e restabelecem as sanções econômicas ao país.
EUA tentam convencer aliados a deixarem o pacto
O vice-presidente americano, Mike Pence, fez um apelo nesta quinta-feira para que os aliados europeus de Washington sigam o exemplo americano e abandonem o acordo nuclear com o Irã assinado em 2015.
Em uma conferência organizada pelos Estados Unidos em Varsóvia, Pence queixou-se do mecanismo recém-lançado por países da Europa para evitar as sanções econômicas americanas contra Teerã.
Em janeiro, França, Alemanha e Reino Unido lançaram o chamado Veículo de Propósito Especial para evitar que suas empresas sejam atingidas pelas sanções dos EUA e assim garantir o comércio com o Irã. O mecanismo foi atacado por Pence como um “esforço para romper as sanções americanas contra o regime revolucionário assassino do Irã”.
O encontro de Varsóvia, que começou na quarta-feira e será encerrado hoje, foi anunciado em janeiro como um fórum internacional para aumentar a pressão sobre Teerã. Vários aliados europeus dos EUA receberam com reservas a ideia da conferência, o que fez com que o seu tema fosse redesenhado para “A promoção de um futuro de paz e segurança no Oriente Médio”, sem citar nominalmente o país persa.
No entanto, a ofensiva americana para isolar o Irã acabou dominando a conferência, para a qual o país persa não foi convidado e que teve como único chefe de governo presente o premier israelense, Benjamin Netanyahu.
França e Alemanha, que continuam no acordo com o Irã, não enviaram seus chanceleres, bem como o Japão, que mesmo sendo forte aliado dos EUA, se mantém anunciadamente no pacto.
A Rússia recusou o convite, enquanto o Reino Unido, também signatário, mandou o ministro do Exterior Jeremy Hunt, mas ele participou somente do jantar de abertura e foi embora antes das discussões.
O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, também está em Varsóvia, junto com dois secretários do Itamaraty.
MN – Mundo-Nipo
Fontes: NHK News | O Globo.
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