O Dia do Mar no Japão foi marcado por mutirões de limpezas das praias em várias partes do país, em um esforço para reduzir a poluição por plástico nos oceanos.
Voluntários, tanto japoneses como residentes estrangeiros, realizaram as atividades de limpeza nesta segunda-feira (15), data em que o Japão celebra o Dia do Mar.
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Cerca de 20 pessoas se reuniram em uma praia na cidade de Miura, na província de Kanagawa, perto de Tóquio. Elas coletaram resíduos plásticos, que incluem embalagens de lanches e garrafas, bem como latas vazias que foram trazidas de volta do mar pelas ondas.
Mergulhadores também entraram na água para coletar embalagens e sacolas plásticas, visto que é muito difícil coletar resíduos plásticos quando passam a flutuar em direção ao alto mar.
Na cúpula do G20, no mês passado, líderes mundiais concordaram em tomar medidas para reduzir a poluição dos oceanos por lixos plásticos para zero, até 2050.
Lixo plástico nos Oceanos e seus males
Segundo matéria do site ambientalista ‘A Rocha’, os microplásticos representam aproximadamente 92,4% da contagem global de partículas de lixo plástico. Estes pequenos itens de plástico (até 5mm em tamanho) estão entrando no ambiente marinho e adicionando pressão a um sistema já vulnerável.
A presença de partículas de microplástico no ambiente marinho pode ter várias implicações. Uma delas inclui transportar microorganismos que colonizam suas superfícies para novos locais onde eles podem ser nocivos até mudar as propriedades dos sedimentos marinhos.
De acordo com ‘A Rocha’, o mundo está apenas começando a entender quão nocivas são esses microorganismos para o ambiente marinho.
Contudo, pesquisa sobre a facilidade desse material nocivo ser ingerido por organismos marinhos está melhor investigada.
Peixes e aves marinhas podem confundir microplásticos com presas, enquanto filtradores como mexilhões e baleias os filtram da água juntamente com partículas de alimento. Assim, os microplásticos podem também entrar na dieta de pássaros e pessoas, que comem os animais que comeram os microplásticos.
Os plásticos frequentemente contêm produtos químicos para lhes dar propriedades específicas, que em muitos casos são tóxicos. Estes podem ser libertados dentro do animal, causando problemas adicionais além dos riscos físicos de bloqueio do tubo digestivo e outros danos internos.
Grande Mancha de Lixo do Pacífico
A “Grande Mancha de Lixo do Pacífico”, localizada no Oceano Pacífico é uma área uma área no mar com três vezes o tamanho da França continental.
Segundo estudo recente divulgado pela pela ONG The Ocean Cleanup Foundation, essa gigante mancha de poluição marinha possui cerca de 1,8 trilhão de detritos, que vão desde restos de grandes redes de pesca até toneladas de plásticos, principalmente o nocivo microplástico.
Produção de resíduos plásticos
O Japão é o segundo maior produtor do mundo de resíduos plásticos per capita, só atrás dos Estados Unidos, e até bem pouco tempo quem mais recebia esse lixo era a China. Apesar de contar com um desenvolvido sistema de separação e reciclagem.
Em 2016, o país gerou 8,99 milhões de toneladas de lixo plástico, sendo que 1,38 milhão foi exportada para reciclagem ou incineração (80% para a China) e outros 0,69 milhão foram reciclados internamente, de acordo com dados do Instituto Nacional de Gestão do Plástico. Os 6,93 milhões de toneladas restantes receberam elementos químicos, foram incinerados para gerar eletricidade ou descartados em lixões.
Dados oficiais indicam que pouco mais de 2 milhões de toneladas de resíduos plásticos recolhidos no Japão são reutilizadas de alguma forma, mas organizações como o Greenpeace afirmam que esse número inclui tanto materiais reciclados quanto os que vão para incineradoras e, consequentemente, emitem gases poluentes.
Mediante isso, o governo japonês elaborou um plano para diminuir em 25% a emissão de resíduos plásticos não recicláveis até 2030, incluindo medidas como promover o uso de materiais biodegradáveis e taxar a distribuição de bolsas descartáveis em todos os estabelecimentos.
MN – Mundo-Nipo.com
Fontes: NHK News | Agência AFP | A Rocha.
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