O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão no trimestre de outubro a dezembro de 2017, que corresponde ao terceiro trimestre fiscal japonês, cresceu 0,5% em termos anualizados, marcando o oitavo trimestre consecutivo de expansão, sua maior sequência de crescimento desde os anos de 1980, um resultado impulsionado pela melhora constante do consumo privado e dos gastos em bens de capital, de acordo com dados preliminares anunciados pelo governo do país na última quarta-feira.
O crescimento da economia japonesa no período de outubro-dezembro, no entanto, ficou abaixo das estimativas de economistas, que esperavam crescimento de 0,9% a uma taxa anualizada.
Além disso, o resultado é bem inferior a expansão anual de 2,2% registrada no trimestre julho-setembro, segundo dados revisados.
Na comparação com o trimestre anterior, o PIB japonês expandiu 0,1%, um resultado abaixo da previsão de mercado, que estimava crescimento real de 0,2%.
Apesar de apresentar um ritmo mais lento em relação aos três meses anteriores, a economia japonesa avançou pelo oitavo trimestre consecutivo, o que representa a maior sequência de crescimento em 28 anos.
“Os ambientes de nível de emprego e de renda estão melhorando, e o crescimento da economia está avançando persistentemente”, declarou Toshimitsu Motegi, ministro japonês de Revitalização da Economia.
O crescimento vem sendo puxado pela demanda interna. O consumo teve expansão de 0,5%, crescendo pela primeira vez em seis meses, com destaque para compra de celulares, automóveis, além de serviços.
Enquanto isso, os gastos do setor privado com bens de capital cresceram 0,7%, no quinto trimestre seguido de alta, com a recuperação da produção e demanda por máquinas.
Por outro lado, o setor de construção residencial encolheu pelo segundo trimestre seguido, com a queda do número de novos empreendimentos imobiliários. Os investimentos públicos também caíram pelo segundo trimestre consecutivo.
Já a demanda externa teve um impacto ligeiramente negativo sobre o PIB como um todo, uma vez que as importações de smartphones de outros países asiáticos e de combustível da Austrália cresceram, neutralizando o impacto positivo da alta das exportações de automóveis e de semicondutores.
Embora o secretário chefe de gabinete e ministro porta-voz do governo, Yoshihide Suga, afirmar que os fundamentos da economia japonesa “estão claramente ficando firmes”, economistas não estão tão impressionados com os resultados apresentados.
“A impressão geral do desempenho de outubro-dezembro foi fraca”, disse Toru Suehiro, economista da Mizuho Securities, que previa desempenho melhor do consumo privado.
Suehiro avaliou ainda que o crescimento do PIB em 2018 permanecerá “em um nível que não aumentará a pressão inflacionária” e que o Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês) manterá sua política monetária folgada.
Contudo, a economia do Japão registrou no final de 2017 a mais longa expansão contínua desde a série de 12 trimestres de crescimento vista entre abril-junho de 1986 e janeiro-março de 1989, ápice da notória bolha econômica do Japão.
Do Mundo-Nipo
Fontes: Jornal Nikkei | Valor econômico.
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