Dólar cai mais de 1% ante o real e fecha no menor valor em 3 semanas

O dólar caiu a R$ 3,0953 e interrompeu uma sequência de duas altas.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar recuou mais de 1% ante o real e fechou, nesta terça-feira (16), no menor valor em três semanas, refletindo expectativas de entrada de recursos internacionais no Brasil devido ao aumento na taxa de juros, o que minimizou as apreensões com a crise envolvendo a dívida da Grécia. Investidores também aguardam a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), na quarta-feira, sobre a nova taxa de juros do país.

A moeda norte-americana encerrou em baixa de 1,02%, cotada a R$ 3,0953 na venda.  É o menor valor de fechamento do dólar em mais de três semanas, desde 22 de maio, quando valia R$ 3,0951. A desvalorização interrompeu uma sequência de duas altas. Na sessão anterior, a moeda havia subido 0,3%, cotada a R$ 3,127.

Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 900 milhões, contra cerca de US$ 800 milhões observados na véspera.

A desvalorização do dólar no Brasil contrastou com o mercado externo, onde o dólar se valorizou ante as principais moedas, refletindo as preocupações sobre a negociação da Grécia com seus credores internacionais.

“O quadro externo de maneira geral é negativo, mas o fluxo continua tendo tendência positiva em função dos juros altos e das captações corporativas”, resumiu o operador da corretora Correparti, Jefferson Luiz Rugik, à agência Reuters.

O operador se referiu às expectativas apontadas pela curva dos DIs de que a Selic suba pelo menos a 14,50% ao fim do atual ciclo de aperto monetário, o que aumentaria a atratividade de papéis brasileiros. No início deste mês, o Banco Central subiu a taxa pela sexta vez seguida, de 13,25% para 13,75%.

Segundo a Reuters, as expectativas de entradas de recursos no Brasil são alimentadas também por uma série de empresas, como Petrobras, Embraer e Oi, terem promovido emissões no exterior recentemente.

Esse cenário ofuscou parcialmente as tensões entre a Grécia e seus credores a respeito de sua dívida, após o primeiro-ministro grego manter a linha dura que trouxe a Grécia à beira do calote. A possibilidade de um default do governo grego pode levar o país a deixar a zona do euro.

“Até que ponto a saída da Grécia da zona do euro pode afetar o crescimento da região como um todo? Essa é a pergunta que somente terá resposta depois do fato consumado”, escreveram analistas da Lerosa Investimentos em nota a clientes.

A política monetária norte-americana também ocupou o centro das atenções nos mercados financeiros. Na quarta-feira, o Federal Reserve anuncia sua decisão de política monetária e, em seguida, a chair Janet Yellen participará de entrevista coletiva. Embora a expectativa seja unanimemente de manutenção dos juros, o mercado espera pistas sobre quando o aperto monetário terá início nos EUA.

Atuação do Branco Central no Câmbio
Nesta terça, o Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em julho, com oferta de até 6,3 mil contratos. O BC já rolou o equivalente a US$ 3,624 bilhões, ou cerca de 41% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.

(Com informações da agências Reuters e Valor Online)

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