O principal indicador que mede a inflação ao consumidor no Japão caiu em agosto no ritmo mais rápido em quase quatro anos, pressionado, em grande parte, pelos descontos patrocinados pelo governo para viagens domésticas com o objetivo de sustentar o setor de turismo, um programa denominado Go To Travel.
Os dados fracos de preços ao consumidor são divulgados após o presidente do Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês), Haruhiko Kuroda, afirmar que vai monitorar não apenas as tendências de preços, mas também o crescimento do emprego ao definir a política monetária, sinalizando prontidão para aumentar o estímulo se as perdas de emprego aumentar o risco de deflação.
Na quarta-feira o novo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, prometeu conter a pandemia do coronavírus e manter as políticas de crescimento de seu antigo chefe, ao mesmo tempo em que avança com reformas como digitalização.
Dados preliminares do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do Japão mostraram que o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que inclui derivados de petróleo mas exclui os preços voláteis de alimentos frescos, caiu 0,4% em agosto na comparação anual.
A expectativa do mercado era de recuo de 0,4% após estabilidade em julho, igualando o nível visto em novembro de 2016.
Os preços de hospedagem caíram 32,0% em agosto na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados.
Os descontos do programa Go To Travel aumentaram a pressão sobre os preços, que já estavam fracos em meio à pandemia e aos mercados de energia leve.
Os dados preliminares do ministério mostraram ainda que, excluindo o impacto da campanha Go To Travel, o núcleo da inflação ficou estável em comparação com o ano anterior.
Em relação ao IPC que exclui os preços de energia e alimentos frescos, o índice caiu 0,1 %, igualando as projeções dos analistas. Já os preços gerais, que inclui todos os ítens, subiram 0,2%, também em linha com a previsão de mercado.
A retração nos preços ao consumidor corrobora o resultado altamente negativo do Produto Interno Bruto no segundo trimestre, quando a economia japonesa encolheu a uma taxa anualizada de 28,1% em dados revisados, sua maior contração do pós-guerra.
Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Nikkei | The Japan Times.
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