Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo
A Bolsa de Valores de Tóquio fechou em alta nesta quinta-feira (19), com o índice Nikkei atingindo seu maior nível em 15 anos, impulsionado pelo otimismo em relação à recuperação econômica do Japão e diante de expectativas de que sobre o acordo entre a Grécia e seus credores na zona do euro.
O Nikkei 225, índice que reúne as empresas mais negociadas da bolsa japonesa, teve ganhos de 65,62 pontos, alta de 0,36% ante o fechamento anterior, encerrando aos 18.264,79 pontos e ampliando sua máxima alcançada ontem para atingir hoje o seu maior valor de fechamento desde maio de 2000.
O indicador Topix, que agrupa os valores da primeira seção em Tóquio, avançou 12,26 pontos, alta de 0,83% ante o fechamento de quarta-feira, encerrando o dia aos 1.494,93 pontos.
Entre as principais bolsas asiáticas, a de Tóquio foi uma das poucas a operar nesta quinta-feira. Isso porque China, Hong Kong, Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan, Malásia, Vietnã e Indonésia não operaram devido ao feriado do Ano Novo Lunar chinês.
O mercado global tem se mantido na expectativa para um acordo sobre o resgate da Grécia entre os novos parceiros de governo da zona do euro. A esperança de um acordo aumentou após Atenas anunciar que vai solicitar uma prorrogação na concessão de empréstimos, definida para expirar em 28 de fevereiro.
A nova máxima da bolsa japonesa coincide com a saída da recessão do Japão e o anúncio de que o Banco Central japonês seguirá com a política de flexibilização monetária agressiva, que ajudou a enfraquecer o iene ante e gerou inflação moderada. Essa política beneficia, principalmente, as empresas japonesas exportadoras.
“Muitas empresas têm visto o retorno de acionistas, isso porque eles estão mais confiante em relação à economia e menos preocupados que o país caia novamente na deflação”, disse Toshikazu Horiuchi, estrategista de ações no IwaiCosmo Securities. “É uma boa notícia, especialmente para os investidores estrangeiros”, afirmou Horiuchi em referência a decisão do BC japonês de seguir com seu plano de flexibilização monetária.
Desde o fim de 2012, quando o primeiro-ministro Shinzo Abe assumiu o poder e adotou sua política econômica denominada “Abenomics”, a moeda japonesa já perdeu cerca de um terço de seu valor desde o fim de 2012.
Dados do governo divulgados antes da abertura do mercado mostraram que as exportações aumentaram 17,0% em janeiro, marcando o quinto avanço mensal consecutivo. O governo destacou que o resultado é devido ao desempenho robusto de fabricantes de automóveis e de eletrônicos, que foram beneficiados por um iene enfraquecido.
Os ganhos hoje foram liderados por empresas exportadoras, incluindo a Toyota Motor, que começou as negociações salariais anuais na quarta-feira. A expectativa é de que os lucros robustos da montadora, alcançados a longo de 2014, serão refletidos nos salários de seus funcionários”.
“Aumentos salariais elevarão o consumo e, portanto, impulsionará a demanda doméstica”, disse Masashi Akutsu, um estrategista de ações da SMBC Nikko Securities. “Conforme preocupações no exterior vão se desenrolando, os investidores agora estão focados no lucro de ações e no aumento dos salários”, concluiu Akutsu.
Ações de indústrias em grupos também se destacaram hoje no mercado japonês, com o Mitsubishi UFJ Financial Group alavancando ganhos de 3,6%. O Mizuho Financial Group também subiu 3,6%.
A Sony avançou 1,7% depois de anunciar, no dia anterior, que vai desmembrar seus negócios envolvendo produtos audiovisual em outubro. A medida é parte do plano é restruturação da empresa.
A desenvolvedora de software Trend Micro saltou 6,6% depois de reportar lucro sólido no ano de 2014 encerrado em dezembro.
Ações ligadas ao setor de turismo alavancaram ganhos após dados mostrarem que o número de turistas estrangeiros no Japão saltou 29,1% em janeiro.
== Kyodo
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