A princesa Mako de Akishino, neta mais velha do imperador Akihito, chegou nesta quarta-feira ao Rio de Janeiro, onde começou uma visita oficial de duas semanas ao Brasil para participar dos atos comemorativos pelos 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil.
Esta é a primeira visita da princesa Mako ao Brasil, país no qual visitará diversas cidades em cinco estados e onde se reunirá com descendentes dos primeiros japoneses que chegaram ao país, antes de retornar ao Japão no dia 31 de julho.
Há 110 anos, em junho de 1908, chegou ao porto paulista de Santos o “Kasato Maru”, embarcação que trouxe 781 japoneses a bordo, na sua maioria camponeses de regiões pobres do país que tinham sido contratados como mão-de-obra barata para trabalhar nas prósperas fazendas de café do estado de São Paulo.
A chegada de imigrantes continuou sem interrupção até o começo da II Guerra Mundial e atualmente o Brasil é o país que acolhe a maior comunidade de japoneses do mundo fora do Japão, com cerca de 1,9 milhão de pessoas.
Poucas horas depois de ter aterrissado no Rio, o primeiro ato comemorativo da princesa Mako em solo brasileiro foi uma visita ao jardim japonês do Jardim Botânico, onde plantou uma muda de pau-brasil.
Posteriormente, Mako, de 26 anos, subiu o Corcovado e fez uma curta visita ao Cristo Redentor.
No final da tarde, a princesa se reuniu com a colônia japonesa, que aguardou cerca de uma hora em um solene e longo silêncio a chegada de Mako.
No único ato da jornada de hoje no Rio no qual Mako se pronunciou, a princesa disse estar “feliz de fazer esta visita neste ano memorável”.
“Sinto amizade por este país desde menina, apesar da distância física, e agradeço a recepção que me deram e por estar hoje na Cidade Maravilhosa”, afirmou a princesa.
Mako também agradeceu ao público presente pelas “dificuldades que eles e seus descendentes enfrentaram para contribuir para o desenvolvimento” da sociedade japonesa no Brasil.
A princesa também distribuiu elogios aos brasileiros, pelo calor com que receberam os imigrantes e desejou que esta “história seja conservada pelas próximas gerações” para que “se fortaleça a relação entre Japão e Brasil”.
Como é usual no protocolo da Casa Imperial, o sigilo marca a pauta na agenda das visitas oficiais de seus integrantes e a da princesa Mako não é a exceção.
Além de seu itinerário no Rio, só se sabe oficialmente de sua agenda em São Paulo, estado que possui a maior colônia japonesa do país (1,3 milhão) e no qual a princesa estará entre 21 e 24 de julho.
Na capital paulista participará neste sábado da cerimônia comemorativa dos 110 anos de imigração japonesa no Brasil no São Paulo Expo, onde também visitará o Festival do Japão.
Nesse mesmo dia, a princesa Mako estará no parque do Ibirapuera onde deixará uma coroa de flores no monumento aos pioneiros da imigração japonesa e visitará o Pavilhão Japonês, enquanto no domingo conhecerá a Japan House e o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.
Mako também estará em vários atos comemorativos nas cidades paulistas de Marília, Promissão, Cafelândia e Araçatuba, onde há uma forte presença de descendentes japoneses, e fechará sua agenda no estado com a visita ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.
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A expectativa é que a princesa também visite a cidade de Maringá, no Paraná, e outros lugares com grande presença de brasileiros descendentes de japoneses como Manaus e Tomé Açu, no Pará.
A última visita ao Brasil de um integrante da família real japonesa foi a do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, que participou em março deste ano do Fórum Mundial da Água em Brasília.
Princesa Mako
Mestre em Artes pela Universidade Leicester (Inglaterra), a princesa de 26 anos também estudou em outras universidades do exterior. Mako de Akishino é a filha mais velha do príncipe Fumihito e de sua esposa, a princesa Kiko de Akishino. Ela também é a neta mais velha do imperador Akihito e da imperatriz Michiko.
É a primeira viagem oficial de Mako ao exterior desde que a Agência da Casa Imperial do Japão anunciou, em fevereiro, o adiamento de seu casamento com Kei Komuro, considerado plebeu por não ter laços consanguíneos com a realeza. O casamento, que era para acontecer no início de novembro de 2018, foi adiado para 2020.
Fontes: Agência EFE Brasil | Prefeitura de Marília.