Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar teve a segunda queda seguida e fechou na mínima em seis semanas ante o real nesta quarta-feira (21), ainda impactado pela perspectiva de maior confiança em ajustes na economia brasileira. O resultado de hoje também foi influenciado por expectativas de mais estímulos econômicos na zona do euro, o que levou a divisa americana cair abaixo de R$ 2,60 durante o pregão, favorecendo a atividade de compradores.
A moeda norte-americana encerrou o dia em baixa de 0,32%, cotada a R$ 2,6066 na venda, após atingir R$ 2,5853 na mínima da sessão. A última vez que a divisa fechou abaixo de R$ 2,60 foi no dia 9 de dezembro, quando terminou o dia cotada a R$ 2,5981. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro melhorou, em torno de US$ 1,4 bilhão.
Desde o início do pregão, o dólar operava em queda, dando continuidade ao movimento da véspera em meio aos ânimos dos investidores com maior confiança em ajustes na economia brasileira. No fim da manhã, a baixa foi acentuada com a publicação da notícia de que a Comissão Executiva do BCE propôs um programa de compra de aproximadamente 50 bilhões de euros (58 bilhões de dólares) em títulos por mês até dezembro de 2016.
De acordo com a Agência Valor Online, esse valor aumentaria a base monetária do BC da zona do euro em mais de 1 trilhão de euros. Esse número é cerca de duas vezes maior que o citado em discussões nos últimos dias, entre 500 bilhões de euros e 600 bilhões de euros.
A Agência Reuters destacou que as notícias animaram investidores, uma vez que parte dos recursos injetados na economia europeia tenderia a migrar para o Brasil, em busca de maiores rendimentos.
Medidas de maior rigor fiscal adotadas pelo governo brasileiro também vêm agradando os mercados nas últimas semanas, aumentando a atratividade de ativos do país.
Mas as condições atuais da economia brasileira, com expectativas de crescimento quase zerado neste ano e inflação acima da meta do governo, limitavam o espaço para baixas maiores do dólar, segundo analistas. Nas últimas semanas, investidores vêm destacando o patamar de R$ 2,60 como uma referência.
“Quando vemos um movimento de queda mais sustentado, logo aparece um fluxo de compra. Parece que o mercado não acredita em baixas muito maiores do que isso”, disse à Reuters, mais cedo, a operadora de uma banco internacional.
Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 500 contratos para 1º de setembro e 1.500 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,3 milhões.
O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 66% do lote total.
Nesta noite, o BC anunciará sua decisão sobre a Selic. A expectativa quase unânime no mercado financeiro é de alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a 12,25%.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
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